Fizemos esse post nos preparativos para o Quadrinheiros Explicam Superman, que rolou no dia 19 de março na Martins Fontes da Paulista e foi mais um sucesso! Confira as fotos aqui.
Aqui estão os 10 + 1 marcos na História do Superman!
10. Novos 52
Você pode gostar ou não dessa nova fase, mas ela é um marco. A drástica decisão editorial da DC em rebootar todo (ou quase todo) seu universo (ou multiverso) até hoje é motivo de polêmica, mas afetou o Superman como nenhum outro personagem.
Nota: se você quer saber um pouco mais sobre as Crises e universo/multiverso DC (que serão muito citadas nesse post) é só clicar aqui.
Não foram só mudanças visuais, como não usar mais a cueca por cima da calça (assim como o Batman), mas talvez o Super tenha sido o personagem com a história mais alterada, sendo o fato de não ser mais casado com Lois Lane e ter um relacionamento com a Mulher-Maravilha o alvo das maiores polêmicas.
Nessa nova fase Grant Morrison assumiu o título Action Comics que, pela primeira fez na História teve sua numeração também rebootada. Isso não é pouco. Apesar das histórias serem muito boas, parece que o ápice de Morrison com o personagem foi mesmo All Star Superman. Comentamos em detalhes essa nova fase aqui. O veterano George Perez assumiu o título Superman e saiu após apenas 6 edições, sendo substituído por Dan Jurgens, o mesmo autor da morte e ressurreição do Super (e de seu casamento). Mesmo vendendo bem muitos leitores antigos ainda reclamam de mudanças tão drásticas e não aceitaram plenamente essa nova versão do Homem de Aço.
9. Morte e ressurreição
Mortes e ressurreições nos quadrinhos são um jeito fácil de ganhar dinheiro e isso é inegável. Dan Jurgens soube dar ao público o que ele queria: um novo vilão e muita ação na história que culminou com a morte do Superman, sua sequência onde quatro candidatos disputaram o posto vago de defensor de Metrópolis e a volta triunfal com uns mulets vindos do Inferno! Comentamos mais a respeito disso nesse post aqui.
8. Vinda para a Terra
A cena não é só emblemática, ela é arquetípica: Superman enviado a Terra por Jor-El é Moisés no cesto, é Aquiles sendo criado na ilha de Ciros… Morrison e Quitely souberam como ninguém resumir o momento em All Star Superman. Veja esse quadrinho dissecado no vídeo:
7. Casamento com Lois Lane
No multiverso pré-Crise das Infinitas Terras, o Superman da Terra 2 era casado com Lois Lane e em muitas histórias da Era de Prata e Bronze há histórias em que Superman/Clark Kent se casa com Lois Lane, mas esses casamentos são anulados logo em seguida ou simplesmente esquecidos.
Foi somente em 1996 que o casamento se tornou verdadeiramente cânone nas mãos de Dan Jurgens.
O amor não correspondido de Clark Kent por Lois Lane na versão clássica do Superman e o triângulo amoroso entre os três rendia boas histórias e uma identificação fácil com o público. Aliás, esse é um dos grandes fatores de sucesso do Superman: todos querem ser o Superman, mas são Clark Kent… e eles são a mesma pessoa!
A decisão criativa de fazer o amor do Superman por Lois Lane ser correspondido não gerou tantas boas histórias assim, isso aconteceu mais para saciar uma curiosidade do público, em como seria o namoro entre os dois, como a vida dupla levada por Clark Kent impactaria no relacionamento etc.
O casamento foi uma consequência do namoro levando-se em conta a moralista sociedade norte-americana, além de um modo fácil de aumentar as vendas do Super, que passou por muitos momentos de baixas, porém sem jamais deixar de ser publicado.
6. Encontro com o Batman
Eles são simplesmente Os Melhores do Mundo! O encontro dos dois maiores ícones da DC já foi contado e recontado inúmeras vezes e é emblemático porque definiu a dupla pelo contraste: o idealismo do Superman, que combate o mal sempre pelos meios mais corretos e o pragmatismo do Batman, que faz o que precisa ser feito.
5. Reformulação pós-Crise
Após a Crise nas Infinitas Terras houve o primeiro grande reboot da DC e John Byrne foi o responsável por reformular o personagem. As histórias dos Supermen existentes em várias Terras foram condensadas em um só e outras inovações foram introduzidas: os pais do Superman estavam vivos, seus poderes diminuíram consideravelmente, etc. Comentamos bastante sobre essa fase do Super na Guerra dos Roteiristas:
4. Kryptonita
Um personagem com tanto poder como o Superman não poderia ser absolutamente invulnerável e todo herói tem seu ponto fraco: o calcanhar de Aquiles, a folha nas costas de Siegfried e a kryptonita do Superman.
Embora se tenha o registro de uma história não publicada de 1940, escrita por Jerry Siegel (um dos criadores do Superman), em que há um “metal K” (que retira os poderes do Superman e dá poderes à humanos comuns), a estreia da kryptonita aconteceu no programa de rádio em 1943 e somente em 1949 é que foi incorporada aos quadrinhos, em Superman #61.
É interessante porque muitas pessoas pensam que esse movimento de “contaminação” entre mídias é coisa dos dias de hoje e é muito comum ver os fãs torcerem o nariz quando elementos vindos do cinema ou televisão alteram a versão dos quadrinhos. Imagino os fãs do Superman dos anos 40/50 dizendo que “o programa de rádio está acabando com o personagem dos quadrinhos” ou “estão mudando os quadrinhos para agradar os fãs do programa de rádio”… (você pode saber mais sobre essa polêmica aqui).
3. Assassinato de Zod
O Superman não mata, certo? Depende…
O Superman que não mata é o da Era de Prata, pois o Comics Code proibia os heróis de cometer tal ato. O Super da Era de Ouro matava sem problemas. Acontece que isso foi incorporado ao senso comum sobre o personagem. É na reformulação de John Byrne que o Superman mata não só Zod, mas seus comparsas, um traço da genialidade do autor para marcar a diferença do antigo Superman e do novo. Mesmo já acontecendo nos quadrinhos, mais recentemente o motivo do Superman matar também foi alvo de polêmica em seu mais recente filme, Man of Steel, que também já comentamos aqui. Mesmo assim matar é sempre a última alternativa para o Superman.
2. Lex Luthor
A primeira Luz gerou a primeira Sombra e, apesar de Lex Luthor não ter sido o primeiro grande vilão que o Superman enfrentou (esse título pertence ao Ultra-Humanóide), ele acabou tornando-se seu arqui-inimigo. É interessante notar que um deus encarnado como Superman tenha como seu maior inimigo um mero ser humano e talvez por isso mesmo que a combinação tenha alcançado tanto sucesso. Seja na concepção de um cientista louco ou um “rei do crime”, Lex Luthor sempre está ali para atrapalhar o Superman.
1. Action Comics #1
A primeira aparição do Homem de Aço. Naquela história já estão presentes quase todos os elementos que constituiriam o gênero super-heróis: a identidade secreta, os poderes, a ação desenfreada. E pensar que Jerry Siegel e Joe Shuster venderam os direitos de sua criação por 130 dólares…
Uma pequena curiosidade, Julius Schwartz, lendário editor da DC, conviou Siegel para escrever a última história do Superman pré-Crise, em 1986, mas teve seu convite recusado. Schwartz então chamou Alan Moore para a tarefa, que escreveu a clássica Whatever happned to the Man of Tomorrow. Comentamos sobre essa lenda dos quadrinhos no vídeo abaixo:
+1: Christopher Reeve
De todos os atores que já interpretaram o Superman certamente Reeve foi o melhor. Já vi por aí dizerem o absurdo que Hugh Jackman está para o Wolverine assim como Reeve para o Superman.
Isso é um tanto equivocado pela simples razão de que não houve mais ninguém que interpretasse o Wolverine e, por conseguinte, não temos nenhum parâmetro para comparar Jackman. Ele é melhor que quem interpretando o Wolverine? Que ele mesmo?
Os roteiros e direção de Superman I e II também colaboraram muito para o sucesso de Reeve como Superman. Se isso também for um critério para comparar Reeve com Jackman o último perde de lavada. Você pode até ter gostado de Wolverine I e II, mas se gostou duvido que seja um fã dos quadrinhos do personagem (mas tudo é possível).
Reeve já teve outros competidores para o papel igualmente emblemático. George Reeves, o Superman do seriado dos anos 50, também era competente no papel, mas simplesmente não era o Superman, assim como mais recentemente Dean Cain, Tom Welling e Henry Cavill.
Cristopher Reeve foi a manifestação do Superman no plano material. Simples assim.
O que você acrescentaria? O que tiraria?
Acho que o seriado Smallville merecia uma mencao honrosa
Fico pensando que com a proximidade do evento destinado a discutir abertamente sobre o Homem de Aço, um dos grandes motivos para sua repercussão até os dias de hoje é o trabalho de roteiristas, desenhistas e editores na propagação do mito moderno que se tornou este personagem chamado Superman. Que tal expandir esta “contagem regressiva” para as pessoas que ajudaram a criar as histórias de Clark e cia., as melhores e as piores sagas (sei que algumas foram citadas acima, mas ainda é possível selecionar aquelas que não são hors-concours), os personagens coadjuvantes e os principais inimigos e terminar com um texto sobre a influência – ontem e hoje – do Superman para a cultura – que, imagino, também poderá ser pauta de discussão na palestra, porém fica a dica para esta colher de chá.
Certamente comentaremos esses e outros aspectos na palestra, André. Esse post aqui foi só um “teaser”.
“Cristopher Reeve foi a manifestação do Superman no plano material. Simples assim.” — fechou com chave de ouro. assino embaixo.
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