10 anos de Quadrinheiros – como era o mundo (dos quadrinhos) em 2012?

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É isso senhoras e senhores, como diria o meu avô: o tempo é implacável!

Há 10 anos esses 5 jovens incautos começaram um blog sobre quadrinhos de super-heróis e cultura pop. Semanas antes do primeiro post, havia estreado o filme dos Vingadores, ápice do Universo Cinematográfico da Marvel naquele momento. Nossa empolgação com os super-heróis que nos acompanhavam desde a infância estava nas alturas.

Em 2012 também tivemos o primeiro filme do Andrew Garfield como Homem-Aranha, depois do decepcionante terceiro filme de Sam Raimi e Tobey Maguire de 2007. E ainda o encerramento da trilogia de Christopher Nolan e Christian Bale com o Batman – The Dark Knight Rises – nosso primeiro post foi sobre isso. Era o segundo ano com 3 estreias de filmes blockbusters de super-heróis. Em 2013 foram 4 filmes, e, de lá pra cá, considerando as séries, esses números só aumentaram.

Naquele ano a Panini completava 10 anos de publicações Marvel e DC no Brasil. As revistas mensais ainda eram o principal produto, mas as edições encadernadas já haviam se estabelecido, com republicações de sagas e arcos. Em 2011 o grande evento da DC foram os Novos 52, que zerou a numeração de todos os títulos e reapresentou a origens dos personagens. Quando começamos o blog aqui no Brasil saíam as edições número 1 com grandes nomes como Geoff Jones e Jim Lee respectivamente escrevendo e ilustrando vários títulos, Scott Snyder e Greg Capullo no Batman, Grant Morrison e Rag Morales no Superman.

new52JL

A Marvel no Brasil era dominada pelo roteirista Brian Michael Bendis. Desde a reestruturação que ele empreendeu nos Vingadores, em 2004, seguida de sagas como Invasão Secreta, Guerras Secretas, Guerra Civil, O Cerco e A Era Heróica, as histórias dele ditavam o ritmo da editora. Entre 2012 e 2013 saiu por aqui Vingadores VS X-Men, mais um capítulo escrito por Bendis, que ainda escreveria a Era de Ultron. Muitos dos seus roteiros influenciaram e ainda influenciam as histórias da Marvel nas séries e no cinema, como seus arcos para Cavaleiro da Lua, Guardiões das Galáxias, All New X-Men, entre outros títulos.

Outro marco de 2012 foi o anuncio de que a lendária editora do selo Vertigo, Karen Berger, deixaria o cargo. Por aqui a Panini publicava um título chamado Vertigo que compilava histórias de uma segunda geração de autores do selo, ainda sob a batuta de Karen Berger. Boas histórias como Escalpo, Vampiro Americano, Punk Rock Jesus, O Homem do Espaço, Vikings, além de Hellbalzer de Mike Carey, passaram pela revista. Naquele ano os boatos sobre o futuro da Vertigo dominavam os grupos do Facebook, a rede social mais importante do mundo na época.

Foi no mesmo 2012 que a primeira edição da Graphic MSP saiu – Astronauta: Magnetar, escrita e ilustrada pelo Danilo Beyruth, que inaugurou uma nova fase para o quadrinho nacional. Nos últimos mêses de 2011, o primeiro quadrinho financiado por crowdfunding no Catarse – Achados e Perdidos, dos quadrinistas mineiros Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho – havia estabelecido uma nova forma de viabilizar a produção nacional, e o projeto da Maricio de Sousa Produções daria visibilidade para autores e ilustradores da cena brasileira como nunca antes.

astronauta magnetar danilo beyruth

Então há 10 anos o nosso blog começo meio caótico. Já nos reuníamos e conversávamos sobre nossa ideias a respeito de quadrinhos desde 2011. Chegamos a gravar um podcast, que nunca foi editado e até hoje está inédito. Quando decidimos pelo blog, tudo aconteceu muito rápido, sem planejamento. Os textos desse primeiro ano oscilam entre temas do momento, como o filme do Nolan, Vingadores VS X-Men, os Novos 52 da DC, e digressões filosóficas sobre Sandman, críticas à Panini, comentários sobre a Turma da Mônica e reminiscências da infância.

Mais pro final daquele ano, o blog foi achando um rumo com textos sobre o machismo na industria dos quadrinhos, análises aprofundadas sobre Batman e Transmetropolitam, críticas ao mercado de entretenimento, a produção underground do quadrinho nacional. Mutios dos temas que apareceram nesse ano um do blog dos Quadrinheiros são sempre revisitados por nós.

Em 2016 reformulamos os Quadrinheiros. Ganhamos alguns novos membros e nos despedimos de alguns fundadores. Era o tempo de Jonatham Hickman nos Vingadores e Brian Bendis nos X-Men (hoje o Bendis está na DC e o Hickman nos X-Men), de Cavaleiro das Trevas 3 e filme do Deadpool. Uma certa dança das cadeiras estava no ar, além de um esgotamento de fórmulas. Alguns anos mais tarde a Liga da Justiça do Zack Snider dominaria o debate nas redes, e o Marvel Studios se preparava para encerrar o primeiro ato de sua grande ópera com os dois filmes dos Vingadores contra o Thanos.

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Agora em 2022, continuamos levando a sério, como sempre, mas também nos divertindo bastante. Além do podcast semanal já com mais de 70 episódios, vamos reativar nosso canal do youtube em breve. Firmamos excelentes parcerias nos últimos anos e vamos aproveitar esse espaço, no post de 10 anos de Quadrinheiros para agradecer:

  • NUPEQ – o Núcleo de Pesquisa em Quadrinhos da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul e, especialmente o Nataniel Gomes que é pesquisador e professor doutor da UEMS, autor de mais de 30 livros, e que está sempre presente no nosso podcast Papo Quadrinheiro, elevando o debate sobre a nona arte.
  • Renato Ferreira Machado – pesquisador e professor doutor de teologia e ensino religioso, que nos convidou em 2018 para o evento Universos Paralelos na Universidade La Salle, em Canoas, Rio Grande do Sul. Além de assinar alguns textos que estão no blog dos Quadrinheiros, continuamos a parceria em eventos acadêmicos e publicações como o livro “Super-heróis e política”.
  • Gelson Weschenfelder – pesquisador e autor de inúmeros artigos e livros sobre mediação cultural, práticas pedagógicas e quadrinhos, que junto com o Renato Machado, nos convidou para o Universos Paralelos e com quem temos participado de eventos acadêmicos desde então. Assinou um capítulo do livro “Super-heróis e política” que lançamos em 2021.
  • Carlos Rodrigues – publisher da Editora Criativo, que desde  2016 tem apostado nas nossas produções. Com ele publicamos os livros “Os dois lados da Guerra Civil” de 2016, “Quadrinhos através da história – As Eras dos super-heróis” de 2017, e “Super-heróis e política – Reflexões históricas, filosóficas, e teológicas no gênero de superaventura” de 2021.
  • Leitores, audiência do nosso canal no Youtube, aqueles que ouvem o podcast semanal, que nos seguem no instagram e nos acompanham nessa jornada em outras redes, seja há dez anos, seja há dez minutos – nosso muito obrigado!

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Sobre Picareta Psíquico

Uma ideia na cabeça e uma história em quadrinhos na mão.
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