A Marvel conseguiu. De novo.
Derrubou a DC e sua ampla reformulação, os Novos 52, em uma única paulada: Avengers Vs. X-Men, série que chegou à sua 5ª edição em junho.
O que chama atenção aqui não é só o número de vendas (aliás também, por acaso). Mas Avengers Vs. X-Men n. 5 é tudo aquilo que a editora do Homem-Aranha, Homem de Ferro e Hulk tem de melhor: heróis bem mundanos, birrentos, sujeitos à situações e forças além da imaginação.
Para esclarecer: o mote da revista é a chegada da Força Fênix, uma entidade que consome planetas como se fosse amendoim, nas proximidades da Terra. Da última vez que isso aconteceu, Jean Grey, a 1ª avatar da Fênix, pirou e exterminou populações inteiras. Suicídio foi a única solução reconciliatória possível (e longe de ser “justa”).
Em Avengers Vs X-Men, os Vingadores lutam pra impedir que tudo aconteça de novo; os X-Men, por outro lado, não aceitam a possibilidade de uma das suas, Hope, a 2ª avatar, ser deliberadamente assassinada pelo Capitão América, Homem de Ferro e cia.
Na última edição, invés de impedir a chegada da Fênix, os Vingadores apenas conseguiram fragmentar a entidade Fênix, que baixou em cinco membros dos X-Men, Ciclope, Emma Frost, Colossus, Namor e Magik.
Agora turbinados com forças cósmicas, sabe-se lá o que os X-Men farão dos Vingadores, mas tudo indica que o desfecho vai ser trágico.
Veja bem, não há nada de novo aí. Essa história já foi contada pelo menos 5 vezes. Fortalecer personagens por períodos limitados é um macete manjado de quadrinhos de super-heróis.
Nos últimos anos, aconteceu o mesmo em A Noite Mais Densa, saga pré-reboot da DC, onde vários heróis ganharam anéis semelhantes ao do Lanterna Verde.
Ou em Fear Itself, da Marvel, quando o deus Odin distribui marretas biônicas a vários personagens em busca de um digno a substituir seu pimpolho travesso, Thor.
Mas de todo modo, Avengers Vs X-Men, série descaradamente criada para derrubar o reboot da DC, é quase como voltar pra casa. As edições aludem a histórias passadas em 1985, como a saga da Fênix Negra, temperadas por eventos recentes, como Civil War, Messiah Complex e Second Coming, de 2006/2007/2010 respectivamente.
O resultado é um misto de “nostalgia inovadora”, o que em termos de direção editorial, congrega leitores matusas, como eu, e fedelhos ranhentos, ainda em educação criativa.
Opinião minha, ignore como quiser, Avengers Vs. X-Men é aquilo que os episódios I, II e III de Star Wars deveriam ter sido, mas que só valeram pelos ultimíssimos 20 segundos do 3º filme.
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