A diversidade está acabando com os quadrinhos de super-heróis?

riri-williamsEssa é a pergunta que o repórter Charlie Nash se faz, sobretudo referindo-se à Marvel, obviamente porque já tem uma resposta. Para ele está acontecendo uma invasão de “justiça social” nos quadrinhos, sobretudo na Marvel, que estaria arruinando as vendas da editora.

Será?

Há uma tradução disponível que você poder ler aqui. Ela possui alguns lapsos e equívocos, então eu recomendo que, se você puder, leia o texto original.

O raciocínio do autor é simples. Vou separar por tópicos para depois analisá-los um a um.

Pensa ele:

1) Os leitores de quadrinhos são um público apolítico e majoritariamente masculino, que procuram ler quadrinhos para escapar da realidade em que vivem.

2) A Marvel decidiu substituir alguns de seus maiores ícones por versões que privilegiam a diversidade racial e de gênero, trazendo aos quadrinhos essas questões do mundo real. Essas histórias são ruis e não são atrativas a esse público, o que gera uma queda nas vendas da Marvel.

thor mulher

Agora vamos analisar cada uma dessas afirmações feitas pelo autor:

1 ) Os leitores de quadrinhos são um público apolítico e majoritariamente masculino, que procuram ler quadrinhos para escapar da realidade em que vivem.

Uma pesquisa de 2014 já relatava que o público feminino leitor de quadrinhos de quadrinhos nos EUA já era de 46,67% e outra de 2015 aponta para seu crescimento. Desconheço qualquer pesquisa nesse sentido no Brasil, no entanto, coletivos como o MinasNerds provam que elas estão ganhando força.

Desconheço qualquer pesquisa que indique o grau de politização dos leitores de quadrinhos dos EUA ou daqui do Brasil. Mas dizer que histórias “politizadas” não vendem é desconhecer a própria história dos quadrinhos.

Infelizmente essa é uma crítica um tanto comum. Toda vez que um leitor nota que um quadrinho aborda ou adota certas posições políticas (normalmente com as quais ele não concorda) a “crítica” é de que os quadrinhos “sempre foram apenas entretenimento e escapismo” e que essa onda de diversidade está “acabando com os verdadeiros quadrinhos”. Você com certeza já leu isso em algum lugar – provavelmente mais de um.

Em 1941 o Capitão América dando um soco na cara de Hitler não é “político”? Em 1961 o Quarteto Fantástico em sua missão no espaço em plena Guerra Fria durante a Corrida Espacial não é “político”? Por acaso Watchmen não é politizado? O Cavaleiro das Trevas ou mesmo O Reino do Amanhã ou Os Supremos?

Capa da primeira edição do Capitão América. Vai dizer que isso não é político?

Capa da primeira edição do Capitão América. Vai dizer que isso não é político?

Todos são exemplos de histórias que foram sucesso de crítica e de público. Dizer que quadrinhos de super-heróis são apenas entretenimento só mostra uma leitura limitada e desconhecimento de sua história. Se você tem alguma dúvida, recomendo a leitura desse texto. 

Nesse post comento um pouco do equívoco que é taxar quadrinhos de super-heróis como escapismo.

2) A Marvel decidiu substituir alguns de seus maiores ícones por versões que privilegiam a diversidade racial e de gênero, trazendo à tona essas questões do mundo real. Essas histórias são ruins e não são atrativas a esse público, o que gera uma queda nas vendas.

Como exemplos dessas histórias o autor cita Spider-Gwen, o Homem-Aranha latino Miles Morales, Thor em sua versão feminina e o título Angela: Queen of Hell. Da DC o autor cita um quadrinho da Mulher-Maravilha. Vamos ver como foram as vendas de cada um desses títulos. Os dados estarão linkados.

Spider-Gwen foi um dos títulos mais vendidos de 2015, embora suas vendas tenham diminuído número a número, mas isso é uma tendência de qualquer quadrinho. Vamos pegar, por exemplo, Star Wars, o quadrinho mais vendido em 2015, que vendeu em seu primeiro número 1.073.027, no segundo 219.689 e terceiro 184.489. Outro exemplo, a tão aguardada sequência de O Cavaleiro das Trevas, Dark Knight III The Master Race, vendeu 449.099 em seu primeiro número, caindo para 158.188 no segundo e 146.044 no terceiro.

Spider-Gwen_Vol_1_1

O mesmo aconteceu com Miles Morales, o Homem-Aranha latino do Universo Ultimate (veja aqui e aqui), cuja popularidade foi grande o suficiente para sobreviver ao fim do Universo Ultimate e ser incorporado ao seu universo regular com uma boa vendagem.  E também com Thor em sua versão feminina.

E, para citarmos a Mulher Maravilha, em 2015 o título vendeu mais que Aquaman e o título do soberano de Atlântica está longe de ter qualquer tipo de conteúdo feminista.

De todos esses quadrinhos, o autor apenas cita os dados de Angela: Queen Of Hell, dizendo que caíram número após número, que, como foi demonstrado acima, é uma tendência de qualquer quadrinho.

Dizer que esses quadrinhos não vendem é um equívoco. De onde então surgiu a ideia de que a Marvel estaria perdendo vendas?

A origem é essa matéria citada pelo autor, onde um dono de uma comic shop diz que as vendas da Marvel e DC nunca estiveram tão ruins nos 38 anos da loja e um outro diz que em 20 anos nunca viu nada parecido.  Mas as percepções individuais de alguns donos de comic shops podem ser generalizadas? Elas refletem o mercado como um todo?

morales peter aranha spider

Se olharmos historicamente para o mercado de quadrinhos nos EUA (que é maior que a Marvel e a DC, ainda que dominado por ambas) temos uma tendência ao encolhimento no final dos anos 90 que segue até 2002, após isso temos um crescimento até 2008, com nova queda entre 2009 e 2010 e uma tendência ao aumento que vai até 2015. Claro que o mercado de quadrinhos como um todo é maior que a Marvel e DC, mas as duas juntas ocupam uma fatia que varia entre 60% a 70% dos títulos vendidos – só para se ter uma ideia, em 2011 as duas foram responsáveis pela venda de 76% dos títulos do mercado. Além disso, houve um aumento de 2.1 milhões de unidades nos últimos cinco anos.

Talvez essa percepção do declínio de vendas da Marvel e DC se confirme ou não até o fim do ano (e parece que está mesmo equivocada ao olharmos essa notícia aqui) mas dizer que isso é um reflexo das histórias que abordam uma maior diversidade de seus personagens é um equívoco, ainda mais porque Black Panther #1 de Ta-Nehisi Coates, cujo escritor é assumidamente um ativista, é até agora um dos títulos mais vendidos de 2016. Além disso, a Mulher Maravilha de Grant Morrison, que tem uma pegada extremamente feminista, está entre as graphic novels mais vendidas desse ano.

Ta-Nehisi Coates, o novo roteirista do Pantera Negra

Ta-Nehisi Coates, o novo roteirista do Pantera Negra

Pesquisando para esse post encontrei um artigo chamado  Comics: You’ve Got Your Diversity, So Why Don’t You Buy Them?, algo como Quadrinhos: você conseguiu a sua diversidade, então por que você não a compra?, do qual parece que o autor tirou grande parte das informações sem citar, que mostra dados sobre essas vendagens, dizendo que os títulos que contemplam a diversidade não vendem. Porém esses dados estão descontextualizados.

Se você notar a lista, os 13 primeiros colocados venderam mais que 30.000 cópias. Como esse artigo mostra, ser um “hit de vendas” para a Marvel significa vender em torno de 40.000 cópias (o que todos os títulos entre os 13 primeiros que são da Marvel conseguem, exceto os 3 últimos, que vendem mais que 30.000) e para a DC em torno de 30.000 cópias (o que todos conseguem). O risco de cancelamento existe quando o título vende em torno de 20.000 cópias. E veja, é apenas o risco.

Portanto, querer estabelecer uma relação de causa e efeito do tipo “a causa da baixa vendagem dos quadrinhos é efeito da maior diversidade dos protagonistas” não encontra qualquer respaldo nos dados.

Essa nova tendência de privilegiar a diversidade da Marvel vem acontecendo pelo menos desde 2011, timidamente testado com Morales no Universo Ultimate, depois com movimentos mais ousados como de tornar Jane Foster a nova Thor, Spider-Gwen, etc.  A mais nova aposta da editora, e que fez essa discussão vir à tona novamente, é fazer o título de Homem de Ferro passar para Riri Willians, uma estudante negra do MIT de 16 anos.

riri willians homem de ferro iron

Dizer que essas histórias são boas ou não é no máximo um juízo de valor. O fato – diferentemente do que o autor do texto afirma – é que elas vendem.

 A Marvel é uma empresa, nenhuma pressão por engajamento em políticas de diversidade ou de gênero faria a empresa sacrificar seu lucro. Tais histórias estão se mostrando sim lucrativas, prova de que têm um público leitor.

Então para encerrar eu diria algumas coisas:

– Alguns leitores podem não gostar de ver seus personagens queridos substituídos por outras versões. Eles podem não querer comprar essas histórias – é um direito deles -, mas elas vendem sim.

– Se alguns leitores querem criticá-las, deveriam lê-las. E, lendo, têm todo direito de gostar ou não gostar.

– Esses leitores podem achar essas histórias boas ou ruins. Agora, se o  motivo para não gostar delas é somente fato de que seus protagonistas são negros, ou mulheres, ou gays, ou lésbicas ou pertencentes a qualquer outra minoria acho que tem algo de muito errado.

– É compreensível torcermos o nariz quando nos deparamos com posições políticas com as quais não concordamos em qualquer forma de arte. Mas não venha com essa ladainha de que “super-heróis são apolíticos e apenas entretenimento”. Isso simplesmente não é verdade.

Será que estamos vivendo uma Nova Era da Diversidade? Se estamos, seja bem-vindo! Ela será tão boa (ou tão ruim) quanto qualquer outra!

Capa de All-New All-Different Avengers #1

Capa de All-New All-Different Avengers #1

 

Sobre Nerdbully

AKA Bruno Andreotti; Historiador e Mestre do Zen Nerdismo
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36 respostas para A diversidade está acabando com os quadrinhos de super-heróis?

  1. Quando algo não presta, não o aceitamos, quando deixa de prestar o deixamos. Se alguém fica rico, apenas pelo simples gesto de minha parte, por contribuir em reconhecimento a seu trabalho, o deixo. Se um produto não mais me satisfaz, não mais o quero, está sem qualidade. Não posso ter apego as jaulas que tentam aprisionar minha mente.
    A importância de ler revistas em quadrinhos, é que ela muitas vezes retratam realidades históricas para que as pessoas que as leem, possam ter uma posição político-filosófica sobre os temas abordados. Agora, ler para fugir de uma realidade é o mesmo que cair e querer viver no mundo da lua, ser um lerdo, pensador de babaquisses tais como discutir quem é o mais forte entre os heróis em combate contra eles mesmos, dentro de seu próprio grupo. Os fatos sociais são os motivos que fazem com que as pessoas mudem de comportamento, e estes são retratados nestas revistas. Se ninguém viu, se ler por apenas ler, se quer fantasia, então este tipo de leitor é aquele que busca, tolices e por consequência, continuará uma cabeça oca. Um nerd cabeça oca.

    • “Agora, ler para fugir de uma realidade é o mesmo que cair e querer viver no mundo da lua, ser um lerdo, pensador de babaquisses tais como discutir quem é o mais forte entre os heróis em combate contra eles mesmos, dentro de seu próprio grupo.”
      Taí, não é de hoje que penso justamente isso sobre muita gente que afirma ser nerd hoje em dia.

      • mauriciomarvel disse:

        Exatamente isso, hoje em dia ser nerd é cult. Toda a profundidade das obras se perde em meio a tanta gente ignorante, que apenas ler para ver boas cenas de luta.

        “A importância de ler revistas em quadrinhos, é que ela muitas vezes retratam realidades históricas para que as pessoas que as leem, possam ter uma posição político-filosófica sobre os temas abordados.”

        Realmente, exatamente isso. Querer ler para fugir da realidade é a mesma coisa que assistir novela, ou qualquer outro tipo de forma de entretenimento. A partir do momento que vc vê algo ou lê apenas por fazer aquilo, na minha opinião ja perdeu totalmente o sentido.

        “Um nerd cabeça oca.”
        É o que mais tem por ai hoje em dia meu amigo.

  2. Boa matéria. A pura verdade é que a diversidade atrai um público maior, gerando mais vendas e aumentando a base de fãs, além de proporcionar uma maior variedade de estórias. Muitos dizem “Mas não precisa mudar, você pode fazer qualquer tipo de estória com os personagens originais”, exceto que não.

    Afinal, os problemas que Riri Williams, uma adolescente negra estudante do MIT que chegou lá na base de uma bolsa de estudos, enfrenta no dia-a-dia seriam os mesmos que Tony Stark, um homem já adulto (Idade adulta no Universe Marvel não muda muita coisa eu percebo), branco, nascido em um berço de ouro? Eu não estou dizendo que as estórias de Tony Stark são ruins, muito pelo contrário, mas falemos sério: Tony Stark é o homem de ferro desde de 1959. Ele já teve mais estórias do que eu tive dias nesta Terra.

  3. caled2010 disse:

    A crise atual no mercado editorial, que não é exclusiva do universo dos comics, se deve a um misto de situações surgidas no final da década de 80 e aprofundadas na década seguinte. De um lado temos as grandes editoras buscando formas de manter seus personagens, passando por fases de mudanças editoriais profundas – os que viveram os anos 80 lembrarão -, incluindo-se aí a aposentadoria e morte de grandes nomes, como Kirby, Stan Lee e muitos outros cuja menção não deixaria espaço para o texto em questão. Além disso, cumpre rememorar aos amantes dos comics que, nos anos 90, ocorreu talvez a mais profunda mudança, melhor representada pelo surgimento da IMAGE e seus personagens, em sua maioria pífios, todavia, habitando revistas com qualidade de impressão de “doer os olhos”. O texto não importava. A imagem era o mais importante, coerente com a visão pós-modernista vigente, valorizando o efêmero. Para comprovar basta retomar a primeira edição da revista Spawn e conferir a quantidade de texto presente.
    Importante, também, citar um fato relevante: zerar as publicações foi um “tiro no pé”, aqui e nos EUA. Colecionadores simplesmente abandonaram os personagens, até por que a baixa qualidade presente na frustrada tentativa de Heroes Reborn já antecipava um futuro negro. Outra situação, não menos degradante, foi a adoção de traços nitidamente pertencentes ao universo dos mangás no personagem Homem Aranha, a vedete da Marvel durante décadas.
    Assim, concordando com o pensamento do Armagedon, lemos HQs boas, sejam elas reprodução da realidade ou uma ficção distante dela. Inferir que a sociedade atual não quer ler sobre a realidade significa afirmar que o leitor assume sua alienação, o que não condiz com o status quo da atual sociedade. O que impacta e define o sucesso de uma publicação está ligado a inúmeros fatores, dentre os quais o primordial aparenta ter sido deixado de lado na última década: a criatividade. Argumentistas demonstram amadorismo e inexperiência para com o personagem, influindo e descaracterizando a criação de forma tão grosseira que não resta nenhuma saída ao leitor que não o abandono simples e inequívoco.

  4. Todos os leitores da Marvel e da DC deveriam ler esse texto. Muito bom!!!

  5. A fala do Nash é tão, mas tão problemática; tão cheia de desinformação, manipulação e preconceito (além de uma dose de ressentimento), que chega a ser um atestado de estupidez. E o preconceito não dirigi-se às minorias inseridas nas HQ’s apenas, mas às próprias HQ’s e, consequentemente, aos leitores de HQ’s. Ele massifica tudo e todos. Ao tentar partir em “defesa”, ele revela uma dezena de estereótipos nos quais se baseia para fazer seus julgamentos. Cara, alegar que as HQ’s são apolíticas é ignorância ao extremo; um nível de alheamento sem tamanho. Ele basicamente corrobora com a noção de que HQ’s não são Literatura, que são obras menores (se é que mereçam ser chamadas de “obras”). E eu fico me perguntando o que é que o Nash entende por “ser político”, deve ser uma noção muito pobre acerca disso. A própria ausência de determinados segmentos nas HQ’s são significativos e políticos a seu modo. A matéria toca em pontos fundamentais e o faz bem. É uma pena que não seja maior

  6. o pt também tinha uma pesquisa que copava que que a pobreza tinha diminuído no brasil e todo mundo saber que isso era propagada enganosa o público feminino que ler quadrinhos não e desse tamanho nei ferrado e miles foi trabalhado em outra realidade não foi personagem jogando do nada na historia ele não se copara a essas outras besteiras que então ai.

  7. Ótimo texto!
    Realmente, dizer que heróis estão acima da politica e que são apenas entretenimento é praticamente um diploma de babaquice misturada com burrice. Qualquer forma de arte reflete o mundo em que vivemos, politica ou filosoficamente. E você não precisa ler quadrinhos a 20 anos pra saber que essas mudanças sempre acontecem, se a historia for ruim eles simplesmente irão mudar, como já aconteceu diversas vezes.

  8. Me desculpem ai, mas eu não preciso ser negro pra gostar do Pantera Negra, não preciso ser mulher pra gostar da Mulher Maravilha. A questão toda é que o nerd dos quadrinhos ta engessado num mundo e não quer diversidade.

    Mas qual era a reclamação antigamente? Não era que as histórias estavam repetitivas e cheias de resets? Lembra das porcarias (generalizando apenas) anos 90~200X?

    Ai a coisa muda e a gente reclama? Onde está o problema?

    O mundo é diverso, é preciso sair da caixinha.

  9. Feliz disse:

    O que eu acho mais engraçado nisso tudo é:
    O consumidor de quadrinhos conservador diz que qualquer tentativa de incluir diversidade e politizar a revista é “mimimi”, mas não enxerga que “mimimi” mesmo é chorar porque mudaram seu gibi e boicotar quadrinho.
    Dito isso:
    -Thor melhorou MUITO quando o Mjolnir passou pra mão da Jane Foster.
    -Miles Morales é um dos personagens mais carismáticos da Marvel atualmente.
    -Meia Noite é melhor que o Batman.

  10. Maria disse:

    Tudo bem ,sou a favor da diversidade, nada contra e pelo contrario, sou feminista , sou mulher, branca e heterossexual, e tenho horror a homofobia e ao racismo, sou leitora de quadrinhos desde a infância, e acho sim que quadrinhos devem incluir, representar. Vamos fazer isso com os novos personagens e não trocar um personagem já existente e consagrado e simplesmente substitui-lo por uma versão inclusiva (torna-lo negro ou mulher ou de um outro pais ou religião ou com outra preferencia sexual), porque isso é perverter o personagem, e desagradar os fãs daquele personagem. Eu não quero que o Thor seja mulher ou que o homem aranha seja latino, quero que existam heróis latinos, mulheres, negros, etc. E se não tiver destes o suficiente, ótimo, vamos cria-los, e fazer estórias incríveis sobre eles. Deixem os antigos em paz.

      • Os personagens não foram substituidos. O Thor perdeu o direito de erguer o Mjolmir, e agora estamos acompanhando a história dele. O Homem Aranha passou seu legado para o “latino”, e foi viver aventuras a altura de seu nivel com os vingadores. Além disso, existem muitos personagens novos. Veja os Jovens Vingadores.

  11. Lu Gomes disse:

    Apenas uma observação…
    Diversidade, gênero, o que for… como quiserem chamar… apenas está se tornando uma balburdia e tornando as pessoas mais ignorantes, pois começam a ignorar a realidade para crer numa falsa ideia.

    O que foi criado, já foi criado e não deve ser modificado. Um herói de quadrinhos que foi durante 50 anos branco, pálido, sem nem usar tinta em seu desenho, não deve ser modificado, porque pessoas acham que devem existir heróis negros. Ou transformar personagens masculinos em femininos…

    Devem sim existir heróis negros, orientais, indígenas, mulheres, transexuais, mas esses devem agregar, devem criar sua própria história, seu próprio caminho.

    Destruir ou modificar o passado, é de longe a solução mais errada possível!
    Com isso, só se desperta sentimentos, que poderiam nem se quer um dia existir…

    Já pensou no que grandes fãs, seja de quadrinhos ou livros, consideradas obras, podem se tornar? Preconceituosos!!! A troco de nada…

    • Nerdbully disse:

      Sinceramente não acho que essas mudanças possam tornar alguém preconceituoso – no máximo pode gerar o preconceito de criticar o personagem sem ler suas histórias. Agora, sem dúvida essas mudanças podem revelar preconceitos.

      • Como sou fã, pode entrar tb a questão de gosto na mudança de um herói por outro. Sou a favor da diversidade, até prefiro o Nick Fury com a cara do Samue L. Jackson. Mas tudo pode ter um outro viés. E se mudassem a cor de um personagem negro para branco? Ou se um personagem gay desde o início se tornasse hetero? As questões são um pouco mais complexas. Eu gosto mais do modo que a DC está conduzindo sua inserção de diversidade: sem forçar. lembro que quando falaram que a Arlequina era bissexual, ninguém estranhou. Até na série animada já tinha disso!
        E ninguém aceita um outro Batman que não seja o Bruce Wayne 😉

  12. Jean disse:

    Sou a favor que a diversidade seja incluída nesse âmbito, só que com a criação de novos personagens. Se sou homem, branco e rico ou se sou mulher, negra e pobre, e pegar a contra mão dessa lógica, baseado na Marvel e outras franquias, eu não gostaria de ver a Mulher Maravilha homem nos quadrinhos, Blade branco no filme, Homem aranha um milionário e até mesmo o Hulk, roxo, azul ou qualquer outra cor que não fosse verde. E isso não tem nada a ver com, opressão, segregação, pre conceito ou racismo, é apenas questão de gosto por personagens que se consagraram ao longo dos anos. E tenho certeza que quando criarem novos personagens nesses segmentos (Sendo que alguns já existem e são adorados) todos vão ser tão reverenciados quanto aos tradicionais. O que não pode é empurrar mudanças forçadas goela a baixo.

  13. Joaquim disse:

    Matéria mentirosa. O mercado de quadrinhos está um LIXO. Nos anos cinquenta chegaram a vender cinquenta milhões de revistas em quadrinhos no país. Veja o livro demanding respect. Hoje em dia meia dúzia de ativista ridículo compra pantera negra e vocês vem comemorar um mercado FALIDO. Vinte mil cópias não é nada, uma vergonha. Não adianta fingir que esses quadrinhos ideologizados para marxista tosco são um sucesso, por que não são.

    • Nerdbully disse:

      Joaquim, eu linkei todos os dados na matéria. Você tem algum dado que permita afirmar isso que está dizendo? Chamar a matéria de mentirosa sem apresentar dados concretos fica fácil demais.

  14. Ignomeo disse:

    Isso é uma perversão aos personagens, a marvel tem cacife sufuciente para criar novas histórias tanto quanto herois mais adequados a realidade e não mudar a história daqueles que a construiram!

  15. Pingback: Luke Cage, Falcão Noturno e a Marvel fazendo a coisa certa | Quadrinheiros

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  17. Marina disse:

    Não existe personagem mais “no limite do cancelamento” do que o Monstro do Pântano. Na saga escrita por Alan Moore, o Monstro se mostra mais feminista do que nunca. E a saga vende bem há décadas. Publucou, vendeu. Liberdade criativa e roteirista que capricha. Basta isso. Na maioria das revistas atuais o roteirista enrola mais do que autor de novela da globo. A Marvel deveria analisar se essa baixa qualidade é que causa a queda nas vendas. Me lembro que no final dos anos 90 os roteiros tb eram péssimos.

  18. Não sei se foi coincidência ou se foi intencional, mas essa tarde um colega postou no Facebook um link para esse texto: http://www.terrazero.com.br/2017/04/crise-marvel-2017/ informando sobre uma reunião na Marvel, onde, dentre outros pontos, um foi justamente sobre a “descaracterização dos personagens clássicos, e a consequente aposta em personagens de legado pertencentes a minorias”.

    • Nerdbully disse:

      Consegui localizar a notícia citada, está aqui.
      Note que a matéria original diz apenas que “Among the editorial topics discussed were reboots and restarts, event fatigue, timing of events, political overtones in comics, and legacy vs. new versions of characters, all subjects we’ve been hearing a lot about from retailers over the past months” ou seja, o autor do texto em português leu isso e completou com sua opinião com base apenas nesse parágrafo.

      • Ou seja, praticamente a mesma coisa feita pelo autor do texto que você debateu nessa postagem.
        Diz o site que irão publicar novos textos sobre o assunto. Bom ficar de olho para ver o que sai.

      • Nerdbully disse:

        Sim, essa reclamação dos vendedores de quadrinhos não é de hoje. De fato a reunião indica uma preocupação da Marvel com as vendas. Depois do Rebirth a DC recuperou muito do mercado, mas o pessoal mal informado e/ou mal intencionado sempre tenta jogar a culpa na diversidade. Vamos acompanhar o desenrolar da coisa.

  19. Eu vejo a crítica bem puxada no que se refere a Marvel. Acho que pela forma que ela decidiu fazer a inclusão dos personagens. Os novos heróis, são todos herdeiros dos mantos dos antigos, vivem na sombra. Enquanto isso a DC na maior parte das vezes tem se apoiado em criar novos heróis e dar destaque para aqueles que já existiam.
    Hal Jordan continua sendo o lanterna verde, mas agora Temos também Simon Baz(que é mulçumano) e Jéssica Cruz(que é latina) pois a série da essa possibilidade.
    O Batman continua sendo o Bruce Wayne, mas sua família tem novos membros que incluí a Batwoman, Batgirl e o Duke, que estão prontos para garantirem seu espaço, tanto ao lado do Batman quanto em suas próprias tramas.
    A china tem o seu Superman, que não aposentou Clark, mas que trás um herói totalmente novo e independente e encara os clichês antigos que a DC usou durante anos na era de ouro e prata.
    Não sou leitor da Marvel, mas pelo que vejo da aversão é o fato da casa das ideias tentar corrigi tudo de uma hora para a outra, mas aposentando todos os antigos e colocando no lugar uma versão nova que atenta para as minorias o público representado vai começar a olhar para as revistas, mas aquele público de mentalidade atrasada não vai conseguir criar empatia e não será assim que eles serão conscientizados.

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