Ou impressões de um velho nerd sobre as novidades da DC e Marvel.
*** AVISO! ***
Há spoilers dos títulos ao longo do post!
Mas a Panini só vai publicar daqui a um ano aqui no Brasil mesmo, até lá você provavelmente vai ter esquecido do que leu, então…
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The Button
Batman #21
Roteiro: Tom King
Arte: Jason Fabok
Com a nova fase Rebirth a DC vem recuperando posições nas vendas de quadrinhos, mas a continuação de Rebirth #1 escrita por Geoff Johns foi publicada somente agora (ainda que “pistas” tenham sido dadas em vários títulos) com o arco “The Button”, referência ao clássico emblema de Watchmen, que será um crossover entre os títulos Batman e The Flash.
Tom King dá continuidade à proposta de Johns de fazer uma crítica ao legado de Watchmen para a DC mas eu poderia jurar que isso já foi feito em 1994 por Mark Waid e Alex Ross em O Reino do Amanhã. Esse quadro merece destaque:
A violenta briga sem sentido entre dois jogadores de hockey (que leva um deles à morte) acompanhada da pergunta “Isso é diversão?” é uma clara crítica à violência gratuita que faziam as vendas subirem nos anos 90, um dos efeitos de Watchmen que inaugurou, juntamente com O Cavaleiro das Trevas, a chamada “Era de Ferro” dos quadrinhos, com heróis problemáticos e anabolizados.
Outra referência um tanto óbvia é a distribuição dos quadros nas páginas, do mesmo modo que Watchmen (até a contagem dos minutos parece ser também uma alusão):
O interessante na história é que há uma ressonância entre o emblema de Watchmen e a máscara do Pirata Psíquico, que foi o único personagem a manter a lembrança da existência do Multiverso após a saga Crise nas Infinitas Terras.
A segunda parte da história será publicada essa semana em The Flash #21.
Ressurrxion
Após um longo período deixando os X-Men de lado e investindo (não de forma ideal) nos Inumanos, em 2017 a Marvel resolveu apostar novamente nos mutantes com a fase Ressurrxion, que também está associada aos Inumanos. No entanto, aqui só serão mostrados os títulos dos X-Men que já saíram no mercado.
X-Men: Prime #1
Roteiro: Greg Pak, Cullen Bunn e Marc Guggenheim
Arte: Ken Lashley e Leonard Kirk
O título tem a função de explicar a transição pós-Guerra com os Inumanos e apresentar a nova fase da equipe. Apesar do esforço didático, particularmente me senti perdido, então acaba sendo uma transição e apresentação apenas para quem acompanhou a saga anterior.
A história gira em torno do retorno de Kitty Pride aos X-Men ao ser convidada a assumir a liderança dos mutantes pela Tempestade.
X-Men Gold #1
Roteiro: Marc Guggenheim
Arte: Ardian Syaf.
Polêmicas à parte, o título apresenta o grupo de X-Men liderados por Kitty Pride e composto por Tempestade, Noturno, Velho Logan, Colossus e Prestrige (novo codinome de Rachel Summers ou Rachel Grey).
Esse título, sim, serve como apresentação para quem não acompanhou a saga – pelo menos eu me senti muito mais confortável ao lê-lo, talvez porque fique claro em vários momentos a volta às origens pretendida por essa nova fase.
Uma frase de Guggenheim que foi exaustivamente repetida na recente polêmica a respeito da diversidade nos quadrinhos, foi a de que a nova fase “apresentaria os X-Men menos como minoria e mais como heróis”.
Na verdade, a partir da leitura do título a frase toma uma nova interpretação. Durante a história é mostrado o preconceito sofrido pelos X-Men pelo fato de serem uma minoria – inclusive o começo da narrativa oferece uma explicação interessante para que a população tema os X-Men mas não tema, por exemplo, os Vingadores -, o fato de que os primeiros podem nascer daquela forma. Mas também é dado igual ênfase aos atos heroicos da equipe. Além disso é dito em vários momentos e diferentes formas na narrativa que “quanto mais as coisas mudam, mais permanecem as mesmas”, o que resume bem a proposta.
Os X-Men são tão heróis quanto minoria, e a nova fase é um retorno às origens, mas o retorno não significa que não haja novidade. A edição ainda vem com um resumo da cronologia dos X-Men desde sua criação até o presente momento bem interessante.
X-Men Blue #1
Roteiro: Cullen Bunn.
Arte: Jorge Molina e Matteo Buffagni
A revista apresenta os membros originais dos X-Men que foram arrancados de sua linha temporal e trazidos para o presente. A história é bem fraca, mas a grande reviravolta é ao final quando surge o mestre do Magnetismo dizendo que guiará os jovens para a realização do sonho de Charles Xavier.
Há uma carta de Bunn ao final prometendo reviravoltas na trama e apresentação de novos e velhos personagens de todas as fases do X-Men, que mais parece um pedido desesperado para que os leitores não abandonem o título.
Weapon X #1
Roteiro: Greg Pak
Arte: Greg Land.
Curiosamente o título mais interessante. O ritmo da narrativa é intenso e apresenta o conflito simples e de maneira direta, com Velho Logan sendo perseguido por robôs e pedindo ajuda para Dentes de Sabre.
Outros títulos dos X-Men ainda por sair são: Iceman (Sina Grace/ Alessandro Vitti), Cable (James Robinson/Carlos Pacheco), Jean Grey (Dennis Hopeless/Victor Ibanez), Generation X (Christina Strain/Amilcar Pinna) e Astonishing X-Men (Charles Soule/TBA); os títulos dos Inumanos são Inhumans: Prime (Al Ewing/Ryan Sook), Royal (Al Ewing/Jonboy Meyers), Black Bolt (Saladin Ahmed/Christian Ward) e Secret Warriors (Matthew Rosenberg/Javier Garron).
Como podem ver, estou seguindo meu próprio conselho de manter a mente aberta para não me tornar um daqueles velhos nerds chatos que só sabem dizer No meu tempo era melhor…
That’s all folks.
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