Qual é melhor? DC ou Marvel?

Porque neste País tudo segue a lógica da polarização de torcida de time de futebol: Corinthians ou Palmeiras, Internacional ou Grêmio, PT ou PSDB, Batman ou Superman e por aí vai.

Quem é leitor mais gabaritado já sabe da inutilidade da questão. Por um motivo muito simples: as editoras copiam-se há décadas!

Mas dessa vez parece que as ideias esgotaram-se para as duas editoras. Tanto a DC quanto a Marvel resolveram partir da mesma premissa para suas mega sagas do ano: os vários universos paralelos das editoras se chocarão, transformando-se num imenso campo de batalha de heróis e vilões de diversas realidades, culminando em uma nova realidade ao final. Se você lesse apenas essa descrição não saberia se estava falando de Convergence, da DC, ou Secret Wars, da Marvel.

Alguns podem argumentar que a Marvel está copiando a própria Marvel, inclusive no nome, ressuscitando a antiga saga Secret Wars (1984-1985) e que, portanto, a DC está copiando a Marvel. Mas nessa saga não havia o choque entre realidades distintas, como há agora, e como já ocorrera na célebre Crise nas Infinitas Terras da DC (1985-1986). Então a DC copiou a Marvel, mas a Marvel copiou a DC… e… bem, acho que você já entendeu o argumento de que as duas editoras se copiam e que a discussão sobre quem copia quem é absolutamente inútil. Melhor seria então ver quem executa melhor a mesma ideia, mas novamente cairíamos na lógica de torcida de time de futebol, então vou simplesmente contar algumas informações sobre cada uma dessas sagas (sem spoilers).

Secret Wars

Secret Wars conta com roteiro de Jonathan Hickman (velho conhecido de quem acompanha a Marvel) começando em maio e terminando em dezembro, com oito edições mensais, mais uma edição zero, fora as séries derivadas. O Universo 616 colidirá com o Universo 1610 (também conhecido como Ultimate, ou aqui no Brasil com o nome de merda de Millenium). Esse choque acabará com os dois universos, mas, misteriosamente pedaços desses dois universos serão salvos e combinados, criando o famigerado Battleworld.

Momentos e futuros alternativos desses universos vão coexistir (ainda não se sabe bem como), com as versões de heróis e vilões de sagas anteriores dando muita porrada interagindo uns com os outros, como a Guerra das Armaduras, Dinastia M, dentre outras.

Ao final desses embates surgirá um novo universo, o “fim de tudo”, culminando no tão falado reboot-que-não-é-bem-reboot da Marvel.

Convergence

Escrita por Jeff King (debutando no mundo dos quadrinhos, mas um produtor e roteirista veterano), Convergence durará bem menos, começou em abril (as primeiras edições já saíram lá fora) e terminando em maio, fora as séries derivadas. Também contará com oito edições, mais uma edição zero, mas a periodicidade é semanal e não mensal. Vai ser o fechamento de duas sagas anteriores, Earth 2: World’s End e The New 52: Futures End.

A história começa quando Brainiac tortura o Gladiador Dourado para saber a localização do Vanishing Point, um lugar fora do tempo e do espaço, mas que dá acesso a qualquer ponto do tempo e do espaço, em todo o multiverso. Brainiac então consegue capturar 50 cidades de vários universos e cronologias da DC (dos Pré-Novos 52 e até mesmo Pré-Crise nas Infinitas Terras, dentre outras) e colocá-las em domos. Brainiac resolve abrir esses domos e ver a porrada comendo solta o que acontece. Também haverá o surgimento de um novo vilão chamado Telos.

Tudo indica que, após a saga, a “marca” Novos 52 acabará, mas as histórias que virão ainda seguirão a cronologia iniciada pelos Novos 52, com o lançamento de novos mensais pela editora. Vamos falar sobre essa saga em detalhes no Quadrinheiros Explicam na Martins Fontes dia 14 de maio. Saiba mais sobre o evento aqui.

E aí…

Bom, espero ter saciado um pouco da curiosidade de vocês a respeito dessas novas sagas, porque aqui vamos ter que esperar no mínimo até 2016 para ter esses quadrinhos em nossas bancas…