Uma retrospectiva do meu melhor nos Quadrinheiros em 2022.
Aproveitei que está acabando o ano e eu revi os textos que eu escrevi e podcasts que eu gravei em 2022 pra saber quais foram os quadrinhos e os temas que me chamaram mais a atenção. Alguns textos falaram sobre minisséries que figuram nas listas da melhores do ano, outros são sobre a questão da representatividade. E a maior parte dos melhores episódio do nosso podcast Papo Quadrinheiro foram entrevistas. Aqui vai uma lista do meu melhor em 2022:
1 – Neste ano descobri a Milestone Media, o projeto dos anos 1990 que criou um universo de personagens negros, com roteiros e arte de criadores negros. Já conhecia o Superchoque do desenho animado, mas não sabia nada sobre a história da empresa.
O primeiro texto que escrevi foi um paralelo entre a historia de idas e vindas das publicações da Milestone e os constantes casos de violência racial nos Estados Unidos. Depois abordei a publicação Milestones in History que apresenta pequenas histórias sobre diversas personalidades negras reais. Escrevi também sobre o documentário Milestone Generations, que conta a história dessa editora, e por fim fiz uma comunicação o simpósio Quadrinhos e Sexualidade, organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Quadrinhos (NUPEQ), sobre a diversidade sexual representada nos personagens de Blood Syndicate, que é um dos títulos originais da Milestone nos anos 1990.
2 – Ainda dentro do tema da diversidade, falei sobre a edição A Outra História do Universo DC, minissérie em 5 edições, escrita pelo roteirista John Ridley, que ganhou o Oscar pelo roteiro adaptado do filme 12 Anos de Escravidão, e que conta a história do Universo DC pelo ponto de vista de personagens negros, latinos, estrangeiros e homossexuais, como Raio Negro, Questão, Katana, Abelha, Guardião e Tormenta (filha do Raio Negro).
3 – Duas minisséries que foram publicadas lá fora em 2021, mas que chegaram por aqui neste ano e que aparecem am algumas listas de melhores do ano. Supergirl: A Mulher Do Amanhã, de Tom King e Bilquis Evely, e Lanterna Verde: Setor Final, de N. K. Jemisin e Jamal Campbell. Autores premiados e ilustradores geniais contando histórias cheias de referências, mas que estabelecem novos parâmetros para as personagens, e por isso mesmo são imperdíveis.
4 – Fizemos uma série de podcasts com entrevistados que ampliaram nossa visão sobre o quadrinho nacional e a pesquisa sobre histórias em quadrinhos. Conversamos com o Elyan Lopes sobre super-heróis nacionais, com o Marcio Rodrigues dos Santos sobre quadrinhos africanos, e com ele e o Victor Callari sobre o livro em História e Quadrinhos. Abaixo vão os liks para esses episódios no Spotify (aliás sigam a gente lá e classifiquem o podcast), com destaque para outras duas conversas: a entrevista com João Pinheiro (um dos mais geniais quadrinhistas da atualidade), e o papo com o mestre Gonçalo Jr.:
5 – Mas pra fechar deixo aqui a epifania do ano! O episódio do Papo Quadrinheiro onde descobrimos que o Tom King se baseou na eleição presidencial brasileira de 2018 pra criar o roteiro da sua minisérie Rorschach, publicada originalmente entre 2020 e 2021. A ameaça do retorno da LULA gigante que leva um candidato de extrema direita a forjar um atentado a sua própria vida no meio da campanha para presidência é a prova cabal de que a vida imita a arte, ou vice versa!
Feliz Ano Novo pra todo mundo!