Dezesseis (!) anos depois da primeira adaptação dos X-Men para o cinema, está na hora dos heróis mutantes da Marvel encararem um dos vilões mais casca-grossas da sua história!
Mas quem é esse tal de Apocalipse? Que histórias marcaram a importância desse sacana ancestral?
Pra começo de conversa, o vilão Apocalipse foi criado por Walt e Louise Simonson nas primeiras edições de X-Factor, lá nos idos de 1986.
Já mencionamos aqui, o casal Simonson explorou uma lacuna importante na “historiografia” dos X-Men. Foi quando houve a consagração dos “novos” X-Men (Wolverine, Colossos, Tempestade, Banhsee e Noturno) depois do encerramento da Saga da Fênix Negra, de Dias de um Futuro Esquecido e logo depois da “ressurreição” de Jean Grey.
O X-Factor, um novo grupo formado apenas pelos X-Men originais (Ciclope, Jean Grey, Homem de Gelo, Fera e o Anjo), mais maduros e experientes, abrem o próprio negócio em Manhattan, uma agência de “investigações mutantes”. Na verdade, a firma consistia numa fachada onde os heróis pudessem resgatar mutantes marginalizados pela sociedade e oferecer a eles a devida orientação e treinamento.
Nessa altura, o mote da perseguição contra os mutantes estava se propagando em várias revistas, X-Men, Novos Mutantes e X-Factor, um tema que culminou com formação dos Carrascos e as sagas Queda e Massacre de Mutantes.
O enredo ancorou desdobramentos traumáticos no universo mutante, elementos que duram até hoje, em especial, a mutilação das asas de Warren Worthington III, o Anjo.
Amarração excelente de roteiro, as aventuras do X-Factor mostravam que a tragédia de Massacre de Mutantes foi influência indireta do vilão Apocalipse, uma entidade misteriosa que conspirava elaborados ardis a bordo de uma gigantesca plataforma flutuante sob os céus de Nova York. O real interesse do vilão era cooptar Worthington para seu lado e fazer do antigo X-Men a sua arma mais mortífera, Morte, um dos Quatro Cavaleiros sob ordens de Apocalipse.
Gradualmente, Apocalipse, que não tinha lá grandes nuances de personalidade, foi se destacando nas histórias e o conceito de um vilão mutante mais extremo do que Magneto se cristalizou: Apocalipse não buscava apenas a supremacia dos mutantes sobre os humanos, mas sim o extermínio de todos aqueles que não fossem fortes o suficiente para sobreviver.
Enquanto Dias de um Futuro Esquecido e A Saga de Fênix foram uma espécie de etapas na direção da maturidade, as histórias que envolviam o Apocalipse marcaram um tipo de patamar das revistas dos X-Men, cujo impulso final foi uma das raras obras-primas da década de 90, a saga A Era do Apocalipse, da qual já falamos aqui.
A influência dos X-Men e destas histórias entre o final dos anos 80 e o começo dos 90 é tremenda. O maior ícone dessa expansão foi Cable, que aos poucos teve sua origem atrelada a Apocalipse e desde então o antagonismo deles definiu a essência dos dois personagens. Foi esse antagonismo que levou a novas explorações de subtemas contidos naquelas histórias, as origens de Cable, no futuro distante, e de Apocalipse, ou En Sabah Nur, no Egito antigo.
Baseando-se apenas nos trailers dá pra ver que algumas das referências dos quadrinhos estão ali, diluídas. Dentre as maiores dos quadrinhos, para entender quem é Apocalipse e o que ele é capaz de fazer, são indispensáveis:
X-Factor / X-Men: Massacre de Mutantes
A Ascenção de Apocalipse
As Aventuras de Ciclope e Fênix
As aventuras do Jovem Cable
A Era do Apocalipse
A cada imagem, a cada trailer, toda a expectativa sobre o novo filme caiu bastante. É de se pensar: pode a Fox produzir um filme dos X-Men com o peso e gravidade que merecem?
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