Quem disse que a Marvel não tem clássicos?
Já fiz um post examinando em detalhes a definição do que seria um quadrinho clássico, que você pode ler aqui, mas basicamente quando alguém diz que determinada obra é um clássico, há três critérios:
– Permanência: a obra de mantém digna de ser revisitada, resistindo ao tempo.
– Referência: uma obra vira referência para uma determinada geração.
– Influência: a obra determina a produção de toda uma época.
Aqui estão cinco obras publicadas pela Marvel Comics que podem ser consideradas clássicas, e o motivo.
Amazing Spider-Man #96 (1971, Stan Lee/Gil Kane)
A obra pode ser considerada um clássico pela sua influência, pois foi o primeiro quadrinho de super-herói a ser lançado sem o selo do Comics Code Authority (CCA) depois de sua criação, por tratar do tema do uso de drogas, então proibido, o que levou a uma revisão e abrandamento do código, abrindo caminho para a Era de Bronze. É um clássico no sentido de sua influência, pois abriu a possibilidade de toda uma gama de temas a serem explorados pelos quadrinhos de super-heróis até então proibidos.
Marvels (1994, Kurt Busiek/Alex Ross)
Marvels recupera quatro acontecimentos marcantes do Universo Marvel, a saber, a criação do primeiro Tocha Humana e seu conflito com Namor (Era de Ouro), o aparecimento dos mutantes (Era de Prata), a invasão de Galactus (Era de Prata) e a morte de Gwen Stacy (Era de Bronze). Para saber mais sobre as Eras dos quadrinhos de super-heróis, clique aqui.
A obra pode ser considerada clássica pois foi uma das primeiras a fazer uma releitura de histórias clássicas da editora (no sentido da permanência, que se mostraram dignas de serem revisitadas) trazendo também uma das características primordiais da Renascença, a nostalgia das outras Eras, sendo, portanto, clássica em sua influência em determinar a produção de um período.
Guerras Secretas ( 1984-1985, Jim Shooter, Mick Zeck, Bob Layton)
O primeiro grande crossover dos quadrinhos mobilizando todo o Universo Marvel para um grande evento, inaugurando uma tradição que só recentemente daria sinais de esgotamento, ao menos nos quadrinhos, mas que provou seu fôlego no cinema (afinal, todos estamos indo ver Vingadores Ultimato, certo?). É clássica também no sentido de sua influência.
O Demolidor de Frank Miller (1979-1983)
Embora o Demolidor tenha sido criado nos anos 60 por Stan Lee e Bill Everett, foi somente com Frank Miller que o personagem atingiu todo seu potencial. A fase do Demolidor em suas mãos pode ser considerada clássica no sentido de sua permanência, referência e influência, afinal, é impossível um escritor passar pelo personagem sem referenciar o trabalho de Miller (como Bendis, por exemplo) ou mesmo invertê-lo (como fez Mark Waid).
X-Men de Chris Claremont (1975-1991)
Do mesmo modo nenhum autor consegue passar pelos mutantes da Marvel sem referenciar a obra de Claremont, que contém em si muitas histórias clássicas no sentido de sua referência e permanência como A Saga da Fênix Negra e Dias de Um Futuro Esquecido.
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Clássicos são histórias antigas, primeiros roteiristas e desenhistas, década de 60/70!
Bom aí vc tá confundindo antigo com clássico…