Diz a lenda que quando a saga Crise Final (2008-2009) foi lançada o objetivo de seu autor, Grant Morrison, era rebootar o universo DC. Estava em seus planos também fazer a Tríade da DC (Superman, Batman e Mulher-Maravilha) ascender e se tornarem deuses.
Três indícios comprovam essa hipótese:
1. O pôster de divulgação dizia: “Heróis morrem, lendas vivem para sempre”.
2. Ao final da saga, o que acontece (spoilers nas próximas linhas) é que a Terra é de fato destruída e refeita, que seria o Quinto Mundo, a era dos “homens como deuses” e, além disso, a volta definitiva do Multiverso, enterrado durante a Crise nas Infinitas Terras (1985-1986).
3. Somos informados que as a anomalias temporais foram corrigidas e a coerência e harmonia restauradas. O que quer que isso signifique.
Bom, o fato é que o tal do reboot e a ascensão da Tríade não rolaram. Os motivos elencados seriam o veto dos editores e a rejeição dos leitores quanto a um possível reboot.
E eis que em 2011 a DC lança a saga Flashpoint e reboota o Universo DC inteiro… assim, do nada!
Os motivos mercadológicos do negócio já foram mencionados aqui. Numa saga de qualidade duvidosa, toda a cronologia do Universo DC foi (novamente) apagada e os “Novos 52” lançados.
Agora, do ponto de vista criativo, essa decisão faz sentido? Muito pouco. A decisão foi simples do ponto de vista mercadológico, mas imbecil do ponto de vista criativo: continuar o que está dando certo (na época, a única coisa que vendia bem e agradava os leitores na DC era o Lanterna Verde, com as sagas A Noite mais Densa e depois O Dia Mais Claro e o Batman alavancado pelo Grant Morrison) e apagar o que estava dando errado.
O Universo DC foi achatado em cinco anos (data do início do aparecimento dos super-heróis até “agora”), criando a mais confusa linha temporal de todos os tempos (trocadalho do carilho)! Tudo o que foi escrito continuava valendo pro Batman, mas não pro Super-Homem!
Até hoje ninguém consegue explicar direito o que vale ou não na DC, mas o reboot deu mesmo uma impulsionada nas vendas das revistas, que passou a bater a Marvel em vendas, o que não acontecia fazia já algum tempo.
Os “Novos 52” têm realmente algumas histórias boas (como o Aquaman de Geoff Johns e o Superman do Morrison, voltarei a falar disso brevemente) e se provaram uma decisão acertada, mas… PQP! Precisava ter sido feito tão cagado?
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