A Invasão Ghibli na Netflix: o guia definitivo (Parte Final)

Última parte do nosso guia para sua maratona!

 

 

 

 

 

Veja aqui as animações disponibilizadas em fevereiro. 

Veja aqui as animações disponibilizadas em março. 

 

PomPoko: A Grande Batalha dos Guaxinins (1994): filme dirigido por Isao Takahata. Assim como em Meus Vizinhos – os Yamada, essa animação traz uma narrativa ao mesmo tempo dramática dos tanuki (guaxinins) e cômicas para o espectador, o que é raro no Ghibli. PomPoko é baseado no folclore japonês dos tanuki, que são retratados como seres sociáveis, mas também travessos por apreciarem a diversão e guloseimas e, por isso, utilizam suas capacidades de ilusão para se transforarem em quase tudo para despistarem os seres humanos. O interessante neste filme são os efeitos visuais para caracterizar os tanuki: 1) são representados de forma mais realista quando são vistos pelos humanos; 2) aparecem como figuras de desenho animado, baseadas no mangá de Shigeru Sugiura (de quem Takahata era fã), quando estão fazendo algo estranho ou extravagante e; 3) se apresentam como animais antropomórficos em todos os demais momentos do filme.

heisei-tanuki-gassen-pompoko-original

Sussurros do coração (1995): dirigido por Yoshifumi Kondô (1950 – 1998), foi o primeiro filme dirigido por outro membro do Studio Ghibli que não fosse Hayao Miyazaki ou Isao Takahata. Foi baseado no mangá de Aoi Hiiragi, Mimi wo Sumaseba (nome em japonês de Sussuros do Coração) de 1989. A história se passa em torno de uma menina, Shizuku Tsukishima, que emprestava livros da biblioteca e, coincidentemente, um menino, Seiji Amasawa, também lia os mesmos livros e eles acabam se encontrando no antiquário de Shiro Nishi, avô de Seiji. O sonho de Shizuku é ser escritora e neste antiquário ela se depara com uma estátua de um gato, chamado Baron, que a fascina. Ela se torna amiga tanto do avô quanto de Seiji e sempre os visitava. O interessante é que a música tema é Take me Home, Country Road, cantada por John Denver, mas aqui na versão japonesa é cantada por Shizuku e tocada por Seiji.

sussurros do coração

O Castelo animado (2004): dirigido por Hayao Miyazaki e baseado no livro de mesmo nome da autora Diana Wynne Jones. É um filme repleto de mundos encantados que podem ser visitados pelo Castelo Animado. Embarcamos nele com a personagem Sophie, uma moça que não acredita em si mesma e é amaldiçoada por uma Bruxa do Pântano. Sophie encontra Howl, um jovem, dono do Castelo Animado que, ao contrário de Sophie é arrogante e narcisista e também carrega uma maldição consigo. Juntos eles tentam quebrar as maldições que possuem e descobrem quem realmente são. Uma curiosidade, em entrevista, a autora do livro, Diana Wynne Jones, comenta que admira os trabalhos de Hayao Miyazaki, mas que não gostou do filme, segundo ela, pois Miyazaki distorceu a história original.

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Ponyo – uma amizade que veio do mar (2008): direção de Hayao Miyazaki. Esse filme, assim como Meu Vizinho Totoro, é mais direcionado para as crianças, porém também atingiu a faixa etária dos adultos. É um filme repleto de simbologias, história, mitologia etc. Ponyo é um peixinho que se encanta com o mundo dos humanos e pretende ver como ele é. Ela cria braços e pernas ao lamber o sangue de Sôsuke, um menino de 5 anos que a resgata de dentro de uma garrafa. A amizade cresce e, como em muitos filmes de Hayao Miyazaki o amor, no seu sentido amplo da palavra, surge. Essa transição de Ponyo, de ser um peixe e não estar no mar, quebra o equilíbrio da natureza e faz com que o mar entre em conflito e comece a invadir a terra. A mãe de Ponyo, Brunhild percebe isso e tenta arranjar uma solução junto com seu marido, Fujimoto, um ser humano que mora no fundo do mar. Como curiosidade, depois dessa transição de Ponyo, no mar, surgem peixes que parecem ser pré-colombianos, ou seja, que estavam extintos e parecem mostrar que nada é impossível.

Ponyo-uma amizade que veio do mar

Da Colina Kokuriko (2011): outro filme dirigido por Gôro Miyazaki, filho de Hayao Miyazaki. Baseado na série de mangá de mesmo nome, de 1980, desenhada por Chizuru Takahashi e escrita por Tetsurô Sayama, conta a história de uma menina do Ensino Médio, Umi Matsuzaki, que vive numa pensão com vista para o porto de Yokohama, chamada Kokuriko (que é forma escrita em japonês de coquelicot, que significa papoula em francês). Todas as manhãs ela hasteia bandeiras que significam “rezo por viagens seguras”, e, através delas, Shun Kazama, estudante da mesma escola, escreve um poema sobre as bandeiras no jornal da escola e assim eles acabam se conhecendo. Os dois tentam impedir que derrubem o prédio que abriga o jornal da escola, Quartier Latin. Nessa disputa os dois acabam descobrindo que podem ser irmãos. Curiosamente, o ano é de 1963, um ano anterior às Olimpíadas de Tóquio de 1964, que foi um marco para o Japão, que desejava mostrar ao mundo que havia se recuperado das feridas causadas pela Segunda Guerra.

from-up-on-poppy-hill_da colina Kokuriko

Vidas ao Vento (2013): dirigido pelo Hayao Miyazaki e sendo seu último filme, pois após sua realização foi anunciada sua aposentadoria – mas temos nossas dúvidas em relação a isso. Este filme é baseado em um mangá, que por sua vez é baseado no livro do escritor e poeta Hori Tasuo (1904 – 1953). Vidas ao Vento é ainda um filme biográfico ficcional de Jiro Horikoshi (1903 – 1982), um engenheiro projetista da aeronave de combate Mistubushi A5M e seu sucessor, Mitsubishi A6M Zero, usado pelo Império do Japão na Segunda Guerra. O personagem Jiro se apaixona por uma garota chamada Naoko, mas sua obsessão em realizar seu sonho de criança, que era construir um avião completo, o faz deixar sua amada de lado. Doente, Naoko se afasta de Jiro e só depois ele percebe que ela havia partido. Curiosidades deste filme: traz a referência do poema de Paul Valéry, Le Cimetière Marin, também citado no livro de Hori Tasuo: “Le vent se lève! … Il faut tenter de vivre!” (O vento está aumentando! … Devemos tentar viver!); e o engenheiro aeronáutico italiano, Giovanni Battista Caproni (1886 – 1957) aparece nos sonhos e pensamentos do personagem Jiro Horikoshi.

Vidas ao Vento_Jiro Horikoshi

Memórias de Marnie (2014): foi escrito e dirigido por Hiromasa Yonebayashi e baseado no romance de mesmo nome, de Joan G. Robinson, de 1967. Este filme conta uma misteriosa amizade entre duas garotas, Anna Sasaki e Marnie. O filme se passa em Hokkaido, uma região muito fria do Japão e Anna é levada da capital, Sapporo, para o interior, para melhorar de um problema de saúde. Neste lugar ela se depara com uma mansão e encontra a garota Marnie. Segredos e revelações fazem parte da história das duas garotas. Curiosidade: o diretor Hiromasa Yonebayashi deixou o Studio Ghibli logo após o filme e foi o último trabalho do animador Makiko Futaki, que faleceu em 2016.

Memorias de Marnie

 

Boa maratona!

Sobre Mochi

Atingiu o estado de Olhos Grandes nas ilhas do Oriente Silencioso.
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2 respostas para A Invasão Ghibli na Netflix: o guia definitivo (Parte Final)

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