Um gato motivador que circula entre dois filmes do Studio Ghibli.
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Os Sussurros do Coração (Mimi wo Sumaseba) é um filme dirigido pelo diretor Yoshifumi Kondô (1950 – 1998) e baseado no mangá de Aoi Hiiragi. Lançado em 1995, essa animação é um misto de romance, aventura e fantasia vivido por uma estudante do colegial, Shizuku Tsukishima. A protagonista reside em Tóquio junto com seus pais e sua irmã mais velha. Viciada em leitura e escrita, começa a perceber que, na ficha de empréstimo dos livros que ela lê, o nome de um menino se repete.
Esse fascínio de Shizuku pelos livros a transporta em alguns momentos para um mundo fantástico em que ela é guiada por um gato chamado Baron. O encontro desses dois personagens se deve pela curiosidade de Shizuku em saber onde vai um gato branco, chamado Muta, que ela encontra dentro do trem. Dessa perseguição, a personagem se depara com uma lojinha de antiguidades, na qual Baron Humbert von Jechingen está sobre uma mesa.
Quando Shizuku entra na lojinha um senhor, dono do lugar, Shiro Nishi, a apresenta a Baron e conta a história de um casal “aprisionado” num relógio cuco. Shizuku se encanta com as maravilhas fantásticas dessa loja de antiguidades e passa a frequentar o ambiente sempre que possível. É nesse lugar que ela descobre quem é o menino que também lê os mesmos livros, Seiji Amasawa, neto do dono da loja. Esse menino é quem mostra a Shizuku o reflexo da luz do sol nos olhos de Baron, exibindo o verdadeiro olhar de Baron, o olhar de um gato.
Shizuku, triste pela partida de Seiji para estudar violino na Itália, resolve escrever um romance baseado em Baron, durante esse período ausente do menino. Essa história fala sobre o amor perdido entre Baron e sua Louisa, que coincidentemente, é parecido com o romance do senhor Nishi. Em Sussuros do Coração, tanto Shizuku quanto Seiji, constroem suas confianças em si mesmos, mostrando que são capazes de ir atrás de seus sonhos, e que Baron, mesmo não sendo protagonista, é quem incentiva essa determinação dos personagens ao ser utilizado como fonte de inspiração.
Interessante perceber como a animação consegue dar força a um personagem que é estático, um linguagem proveniente da cultura e sociedade japonesa, que valoriza não apenas o que, supostamente, tem vida, mas também aquilo a que damos vida. De forma muito semelhante encontramos no filme O Reino dos Gatos (Neko no Ongaeshi), essa representação retratada por Baron.
Este filme, também baseado no mangá de Aoi Hiiragi, e dirigido por Hiroyuki Morita, lançado em 2002, tem como personagem principal a estudante do colegial Haru Yoshioka que se aventura no Reino dos Gatos juntamente com Baron. Porém, nessa história o cenário é o Reino dos Gatos, ambiente em que a personagem é levada ao salvar o príncipe herdeiro do Reino e ao aceitar o pedido de casamento do rei.
Haru conhece Baron através do mesmo gato que Shizuku segue até a loja de antiguidades, em Sussurros do Coração, ou seja, Muta, que serve como mensageiro ou guardião nas duas histórias, sempre está junto das protagonistas, porém no primeiro filme, ele é mais observador e companheiro dos eventos que ocorrem com a personagem e em O Reino dos Gatos, ele parte para a ação, a protege, acompanhado de Baron, dos maus gatos do Reino.
Logo no início do encontro de Baron e Haru, o gato cavaleiro diz que ela precisa acreditar mais em si mesma, motivo ao qual ela aceitou ir para o Reino dos Gatos, fugir da sociedade humana que discrimina e ignora as pessoas, porém, ao chegar no Reino, começa a perceber que isso não seria uma boa ideia. Para sair do Reino dos Gatos, ela precisa acreditar em si, e é Baron quem a ajuda a ter essa confiança mostrando o quanto ela é importante para si mesma.
Em ambos os filmes, observamos que Baron encoraja as personagens a terem atitudes e a serem quem elas quiserem. Em outras palavras, Baron, deixa de ser um objeto inanimado e, com sua simples presença, passa a ser um amigo que transmite confiança. Acho que cada um de nós precisa de um Baron!
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Eu tinha em mente que O mundo dos gatos é a história que Shizuku escreveu, agora lapidada e finalizada.
Pode ser também 🙂
E por que não?
São essas “sugestões” que deixam os filmes dos Studio Ghibli encantadores.
O auge da minha infância foi me apaixonar pelo Barão kkk
Não sei se foi impressão minha, mas tenho quase certeza que no filme “Sussurros do Coração”, o Baron muda constantemente de posição. Ora está com a cartola na mão á frente e a bengala
na mão atrás, ora ao contrário, ora está com os dois objetos na frente do corpo… O que sugere a ideia de vida no que seria apenas uma estátua no primeiro filme.
Exatamente!! É isso mesmo ^^!
Eu me apaixonei pelo Barão 😍
Eu vim pesquisar justamente por isso, eu assisti recentemente Reino dos Gatos, em seguida Sussurros do Coração é fiquei com a dúvida se esse Baron são os mesmos personagens, se são do mesmo mundo, até a referencia quando o sol de poe é usada nele, vou pesquisar mais sobre