Swamp Thing estreou no dia 31 de maio de 2019, sucessora de Patrulha do Destino no serviço de streaming da DC Comics. Apesar de tudo estar propício para a DC criar um sucesso, parece que ela fez um novo desastre, tanto com a série quanto com seu serviço de streaming.
A série possui inspiração nas fases mais famosas do personagem, mas o fio condutor parece ser o clima de Lein Wein e as histórias de Alan Moore. O programa apresenta diversas adaptações como a Abby ser infectologista, Matt ser um ex-namorado e policial, Alec Holland não tem sua esposa e não está ali tentando criar sua fórmula bio restauradora.
O primeiro episódio já inicia com o pântano envenenado, inclusive com plantas atacando pessoas. Logo em seguida vemos Abby Arcane voltando para Lousiana para investigar uma doença que está surgindo nas pessoas que moram próximas ao pântano. A partir desse momento são apresentados Alec Holland e Matt Cable. Outros personagens relevantes apresentados são o casal Sunderland, duas pessoas ricas que exercem domínio financeiro sobre a região.
Não assisti ao episódio esperando uma adaptação literal das histórias de Alan Moore, assim como fiz em Patrulha do Destino, que me agradou muito nos dois primeiros episódios. Porém com Monstro do Pântano não foi assim, o primeiro episódio foi um completo desastre. A série tem uma incessante necessidade de conectar todos os aspectos.
Essa conexão na série fica clara a partir do exemplo do casal Sunderland. Eles são personagens ricos que financiam estudos que prejudicam a região em busca de lucro, eles também contrataram Alec Holland para realizar estudos, financiaram os produtos químicos do vilão da história que serão responsáveis pela criação do Monstro do Pântano, e tinham uma filha que morreu – Abby tem relação direta com essa morte. A todo momento a história conecta tudo com tudo, o que acaba criando uma trama que tenta fazer grandes revelações a cada cena e no fim desgasta a história com tantas coincidências.
A trama parece ainda não ter encontrado um tom exato. Apesar da história ser mais simples e linear que Patrulha do Destino, ela cai em clichês de amarração de narrativa que passam longe tanto do material original, quanto do que vimos na originalidade das outras séries do DC Universe.
Não é só a história que esteve conturbada e gerando polêmicas, mas a produção toda. Começando pelo serviço DC Universe que está sendo reavaliado pela Warner. A Disney está prestes a lançar o Disney+ (e a Marvel é apenas um braço do serviço, que conta também com Star Wars) e, se a Warner pretende entrar nessa briga com o Warner Media (seu novo serviço de streamming) dividir seus conteúdos com dois serviços próprios (Warner Media e DC Universe) parece uma estratégia ruim contra uma Disney que entra sólida nesse mercado.
Já nos problemas internos da série, foi revelado que não seriam 13 episódios, como originalmente programado, mas sim 10. Poucas horas após a estreia do primeiro episódio foi anunciado o cancelamento da série. Inicialmente rumores diziam que foi pela qualidade final do produto, porém foram revelados problemas burocráticos envolvendo abatimento de impostos na Carolina do Norte, comprometendo assim metade do orçamento estimado para a primeira temporada.
Infelizmente tantos problemas estão comprometendo tudo que a série podia entregar, apesar de ter um início amargo, ela poderia evoluir muito, afinal p material de base deste programa é um dos mais ricos das histórias em quadrinhos.
Swamp Thing teve tudo para ter uma grande relevância nas séries de TV baseadas em histórias em quadrinhos. Apesar de um ótimo material de base e um grande orçamento, teve um desenvolvimento conturbado, episódios reduzidos e um início que dividiu opiniões. Parece que mais uma vez Alan Moore utilizou sua mágica contra uma produção inspirada, também, em suas histórias, pois mesmo com o ambiente propício a Warner conseguiu tropeçar em todos os aspectos possíveis na série do Elemental da Terra e jogou fora o grande potencial do personagem.