Pra estrear essa joça, que seja com algo digno: Batman The Dark Knight Rises vem aí e tudo que vi de fotos e vídeos me sugerem uma mesma coisa: Gotterdammerung!
Calma criança espinhenta leitora de tuíter, titio explica: Gotterdammerung (ou “Crepúsculo dos Deuses”) é a última parte da ópera O Anel dos Nibelungos, do compositor alemão Richard Wagner. Essa peça retrata o colapso das alianças (e da amizade) entre os deuses Siegfried, Hagen, Brunhilde e o resto da galera superpoderosa do panteão nórdico.
Todos entram num cacete geral, envenenamentos e jararaquices variadas, até que o Vale dos Deuses onde vivem é inundado pelo rio Reno. Heróis e deuses que são, têm que morrer no final (é uma das coisas que caracteriza uma epopéia, veja bem).
No caso do Batman, pouco interessa o lado da mitologia nórdica (que isso fique pros próximos filmes do Thor); o que transborda nas pistas do novo filme é esse clima de “tá tudo indo pro saco”, o que é a marca da ópera do Wagner.
(crica aí e escuta http://www.youtube.com/watch?v=igAWgaW8eq4)
Atrocidade, desespero, o fim da picada. O único reconforto possível é a tênue esperança de que o herói, quebrado e combalido, restaure a ordem e salve a todos. No fundo, você sabe que é impossível.
E maluco, isso é arte! Não se trata de se sentir bem. Trata-se de sentir com mais intensidade, seja lá o que for.
O Christopher Nolan, tô convencido, é um Wagner do século XXI. Pegou uma historinha cafona e batida (o Batman) e transformou numa mitologia extasiante e sofisticada.
Imagina se ele dirigisse um pornô!
PS – Não, Wagner não era nazista, tampouco é o Nolan ou eu mesmo. Mas o Adolf Hitler, que curtia Wagner, sim. Talvez ele gostasse do Batman se caísse no banheiro dele. E aí? Você não leria mais o Batman?






concordo com muita coisa… mas chamar o Batman de cafona e historia batida, é um pouco exagerado levando em consideração todas as nuâncias do personagem e suas diferentes variações. Se fosse tão cafona assim, não teria tantas ótimas releituras!
Favor ver série de TV dos anos 60 com Adam West e Burt Ward; depois, ver Batman Eternamente e Batman e Robin de Joel Schumacher.
Pra ser sincero, nunca fui fã do Batman, nem da série dos anos 60, nem dos quadrinhos e nem dos filmes de Tim Burton, que eram no máximo divertidos. A série atual no cinema é bem mais interessante e me despertou interesse no personagem. A meu ver essa abordagem melancólica e até um pouco apocalíptica é a ideal para o Batman.
In Nolan we trust!
Pingback: O que eu aprendi nesses 6 anos de Quadrinheiros | Quadrinheiros
Pingback: 10 anos de Quadrinheiros – como era o mundo (dos quadrinhos) em 2012? | Quadrinheiros