Os ingressos para a CCXP começam a ser vendidos amanhã, ao meio-dia. Você pode pagar de R$69,99 a R$109,99 por dia, R$319,99 pelos quatro dias (daí você pergunta “Não tem meia?” e eu te respondo: esse já é o valor da meia-entrada, mas basta você doar um livro e pagar meia…) ou R$5.990,00 pelo ingresso “Full Experience”. Os portadores desse ingresso terão acesso à locais VIP, não pegarão fila etc. Diferentemente do restante, que deverá, por não ter ou não querer pagar R$5.990,00, enfrentar filas e outros perrengues para conseguir ver os eventos, que – pasmem – também pagaram para ver!
E essa é a própria ideia da camarotização, noção que tomo emprestado do vestibular da FUVEST, que dá acesso à USP, o maior camarote universitário deste País. Antes de prosseguir, o vídeo abaixo é bastante explicativo sobre o que é “camarotização”:
A garota que aos 0’26” diz que não é melhor que ninguém, apenas pagou mais caro, resume muito bem o que é a “mentalidade do camarote”. Alguns podem argumentar que isso já acontece há tempos em vários espaços. Em teatros, onde há setores diferentes com preços diferentes, em estádios de futebol, em shows etc.
Isso é aceitável? Antes de responder, melhor observar os efeitos. Somente um Rei poderia nos mostrar as dimensões da mentalidade do camarote em sua totalidade:
Repare que não se coloca a questão de se pagar para entrar num evento ou não. Nós aqui dos Quadrinheiros organizamos encontros gratuitos e outros que são pagos. Precisamos fazer isso periodicamente para a manutenção do blog, canal etc. Nada de errado com isso. Afinal trata-se de esforço, cuidado, empenho, puro trabalho.
A CCXP é um negócio e o evento precisa ser lucrativo para seus organizadores – se não for o evento simplesmente deixará de existir, o que não é bom nem para o público nem para os organizadores. Portanto, é justo e necessário que se cobre pelo evento até mesmo para garantir sua existência. O absurdo é você criar uma diferença entre aqueles que pagam e aqueles que pagam mais. Seria a mesma coisa de fazermos um curso em que alunos que pagam X poderiam frequentar, mas alunos que pagam Y poderiam sentar na frente e fazer perguntas. É contrassenso. Mas o absurdo maior não é a existência, mas sim que as pessoas aceitem pagar por isso.
Por que isso acontece?
Essa camarotização é um fenômeno relativamente recente no Brasil, embora sem dúvida não ocorra só aqui. Arrisco uma explicação. Nos últimos 10 anos nós passamos por um processo de inclusão social inédito até então no País. Os indicadores sociais apontam para uma diminuição da desigualdade e assistimos o que convencionou-se chamar de “ascensão da classe C”. Isso basicamente significa que mais pessoas estão tendo acessos a bens e serviços que antes não tinham. Isso significa também que essas pessoas estão ocupando e frequentando espaços que antes não frequentavam e isso gera um conflito entre as pessoas que tradicionalmente ocupavam tais lugares (a chamada classe B, ou a “antiga classe media”) e as novas (a classe C ou a “nova classe média”).

Ainda que haja grande concentração de renda no Brasil, isso vem diminuindo. Entenda melhor aqui: ftp://ftp.ibge.gov.br/Indicadores_Sociais/Sintese_de_Indicadores_Sociais_2014/SIS_2014.pdf (especialmente a parte “Distribuição de Renda”).
Isso tem gerado alguns efeitos um tanto nefastos:
– As pessoas que tradicionalmente ocupavam determinados espaços, compravam certas marcas etc. buscam novos lugares e marcas, mais “exclusivos”, mais “caros” para se diferenciar do novo público.
– As pessoas que estão chegando a esses novos lugares e tendo acesso a essas novas marcas entendem que a inclusão se dá por meio do consumo e então almejam ocupar e consumir esses lugares “mais caros” para sentirem-se “incluídas”.
Em um cenário de menor desigualdade social surge a “lógica do camarote”, uma lógica que pretende efetuar a segregação do espaço que já é segregado: você paga para ter acesso e também paga para ter acesso “exclusivo” ou “vip”. Reparem na lista de privilégios do ingresso “Full Experience” (os grifos são meus):
- credencial colecionável exclusiva que dá direito a acesso prioritário e sem fila ao pavilhão nos quatro dias do evento;
- acesso ao estacionamento VIP, sem custo adicional;
- entrada garantida e assento reservado e personalizado em área VIP próxima ao palco no auditório principal em todas as atividades, incluindo as concorridas pré-estreias de filmes;
- foto e autógrafo com quatro dos artistas convidados do evento, incluindo os recém-anunciados Misha Collins e Caity Lotz;
- 4 colecionáveis em escala 1:10 produzidos pela Iron Studios que serão vendidos exclusivamente na CCXP;
- sacola exclusiva do evento;
- camiseta, boné, chaveiro e caneca da CCXP;
- pôster oficial do evento autografado pelo artista;
- acesso ao lounge VIP, com alimentação e serviço de concierge.
Esse ingresso é para aqueles que querem a “experiência definitiva dentro da CCXP para que o fã aproveite o evento ao máximo, evitando filas e com serviços e itens exclusivos”. Ou seja, você não é melhor que ninguém, só vai pagar mais caro para estar lá e por isso vai ter privilégios. A própria mentalidade do camarote.
Reparem que isso não existe na San Diego Comic Con, a maior Comic Con de todas. Lá os valores são iguais para todos. A New York Comic Con, que, digamos, seria a segunda melhor, vende ingressos VIP. Para a edição desse ano o preço foi de $525, o que daria algo em torno de R$1.700,00. Um preço caro, mas nem metade dos R$5.990,00 daqui.
Abaixo os valores da SDCC. As conclusões você tira por si só.

Veja aqui: http://www.comic-con.org/cci/purchase-badges
É triste que o público nerd torne-se ao mesmo tempo refém e cúmplice dessa lógica do camarote. Há muitas palestras e presenças bacanas que vão ocorrer dentro da CCXP. Dentre elas destaco a presença de Mark Waid, que escreveu a obra-prima Reino do Amanhã. Garanto que muitas pessoas gostariam de ouvir sua fala (eu gostaria), pagariam e pagarão para vê-lo, e sei também que muitos dos que pagarão não conseguirão vê-lo por não conseguirem um lugar no auditório, que terá uma ala VIP garantida para aqueles que podem pagar pela “Full Experience”. Abaixo um depoimento colhido na própria fanpage da CCXP (obviamente com as identidades dos comentaristas omitidas):
Tentei entrar em contato com os organizadores do evento pela fanpage no Facebook, único lugar que achei disponível para o contato, perguntando o motivo da opção for fazer um ingresso “normal” e outro “vip” e, até o momento em que você está lendo esse post, a resposta foi essa:
Os ingressos Full Experience oferecem a experiência definitiva dentro da CCXP para que o fã aproveite o evento ao máximo, evitando filas e com serviços e itens exclusivos. O pacote inclui… [segue a lista já citada acima com os benefícios do pacote]. O ingresso simples dá direto a entrar no evento e a participar de todas a atividades, palestras, bate-papos e tudo mais que acontecer dentro da CCXP naquele dia específico. Você poderá ficar no evento o dia todo, da abertura ao encerramento. Serão 20 mil metros quadrados de atividades, stands, palestras com artistas convidados, atrações, lojas… MUITA coisa para ver e fazer, com novidades a cada dia. Atividades como Fotos e Autógrafos com alguns artistas dependerão de ingressos específicos, que poderão ser comprados separadamente (havendo disponibilidade). Algumas atividades como workshops e sessões de análise de portfolio podem depender de inscrição. As pessoas que têm ingressos para o dia em que essas atividades acontecerão poderão se inscrever previamente para cada uma delas. Outra informação importante é quanto às atividades no auditório principal e demais salas que serão usadas para palestras e workshops: por questão de segurança, a capacidade máxima do auditório deverá ser respeitada sempre. Ou seja, se você quer muito, MUITO MESMO assistir a uma atividade no auditório, procure garantir o seu lugar na fila ou pegar uma senha (nos casos em que houver distribuição de senha) assim que chegar ao evento.
Atualização de 14/06:
Após o primeiro contato que você leu acima, insisti na questão do motivo dos ingressos com valores diferentes. Hoje (14/6) recebi a seguinte resposta da organização do evento pelo Facebook:
Há comic cons que fazerm [sic] ainda mais níveis de diferenciação. O pacote Full Experience é oferecido especialmente a empresas, que compram o pacote para clientes especiais, prêmios para funcionários etc e também é oferecido ao público em geral. Abs.
Bom, eu particularmente não gostaria de ficar horas em uma fila e algum cliente especial, funcionário premiado ou “público em geral” passar na minha frente porque pagou mais (ou pagaram para ele). Sejam 20, 100 ou 100.000 os ingressos “Full Experience” vendidos.
Fim da atualização
Fecho com um trecho do professor Michael J. Sandael:
“Democracia não quer dizer igualdade perfeita, mas de fato exige que os cidadãos compartilhem uma vida comum. O importante é que pessoas de contextos e posições sociais diferentes encontrem-se e convivam na vida cotidiana, pois é assim que aprendemos a negociar e a respeitar as diferenças ao cuidar do bem comum”.
Infelizmente a camarotização da CCXP veio para nos diferenciar naquilo que nos une: a paixão pela cultura nerd.
Olha, isto não me espanta. O pessoal do Omelete ( QUE SÃO OS ORGANIZADORES) tem um histórico de lucrar com isto, e tem se desenvolvido ao extremo. De um pessoa que era inovador como uma espécie de agência de notícias para notícias de quadrinhos e afins, hoje são uma empresa que faz matéria paga e lucra com ingressos caríssimos. É fato que as companhias de cinema pagam jabá a eles, e a credibilidade jornalística vai para o saco, eles ficam como uma espécie de Milton Neves dos Nerds, ou pior, defendendo interesses de companhias e por aí vai. No dia que a Fox molhar o bolso destes caras, eles param de meter o ferro em produções dos X_Men, e elogiam até X-Men Origens: Wolverine. Em um site que revelo e-mails da Sony, menciona-se o pagamento para estes caras:
http://meiobit.com/314945/sony-pictures-wikileaks-disponibiliza-emails-e-documentos-vazados/
não ligo de existirem ingressos VIP mais caros, o que não quer dizer que eu vá compra-los, mas o que me causou certo espanto foi a diferença brutal do preço “SEIS MIL REAIS!!!” contra os trezentos e vinte pelos quatro dias. Eu resolvi fazer uma conta e ficou assim:
-4 colecionáveis em escala 1:10 da iron studios: 4*300,00=1200,00
-camiseta, boné, chaveiro e caneca da CCXP: ~170,00
-sacola mais poster: que seja 150,00 pelo poster autografado
-alimentação 4 dias: 200,00
-estacionamento 4 dias: 200,00 (não sei o preço do estacionamento)
-ingresso 4 dias: 319,99
————————————=2239,99
Mesmo que eu tivesse disponível os 5990,00 para torrar, o que não é o caso, eu provavelmente escolheria o ingresso comum dos 4 dias, enfrentaria umas filas e compraria mais 3750,00 reais em outros colecionáveis e itens diversos xD
Tem uns custos que vc não contabiliza aí, alguns deles talvez não sejam mensuráveis:
– No Full experience vc tem 4 “Fotos e autógrafos” garantidos. Ano passado isso sairia perto de 200 reais cada (dependia do artista), este ano deve aumentar. Então pode colocar mais 1000 na conta.
– Lugar reservado em todo e qq painel. esse é um item difícil de mensurar, mas ele te permite economizar tempo/esforço, já que vc não precisa chegar horas antes para garantir um lugar no auditório, pode entrar e sair à vontade…
– O Concierge que seria o seu “mordomo” durante o evento… Não sei se vai ser um voluntário ou se vai ser alguém contratado do evento (aposto na segunda já q voluntário é só meio-período), tbém deve ter um custo aí…
Enfim, é caro, mas não sei se é esse absurdo de diferença não…
Ah, sobre o estacionamento, o estacionamento normal vai ser 35,00/dia (isso é preço do São Paulo Expo) o que seria 140.. Mas imagino que estacionamento VIP seja um local reservado do lado da entrada, talvez coberto, então sairia um pouco mais caro…
Fazendo um paralelo, no shopping Market Place aqui em SP, com 35,00 vc estacionaria por 7 horas no estacionamento normal (na verdade 37,00). Já o mesmo período no VIP seriam R$ 48,00, então talvez o VIP saia nessa faixa mesmo de 200 reais os 4 dias
Os colecionaveis parece que estavam 500 reais cada
a alimentacao normal ja dava 200 reais. A vip , acredito que seja 500 reais por dia
meet and greet mais 1000 reais
autografo do frank miller
Conheci um full exp que pegou uma sketch do frank miller – sketch so o rosto uns 200 dolares. Ele pegou uma sketch de corpo todo que fica uns 500 dolares. Por ser do frank miller ja tao oferendo mais do que o valor do full exp
Ele pegou autografo e sketch do jim miller tb
E como ele podia ir todos os dias pegar autografos com o frank e jim ele tava cobrando para pegar autografos
Entao acho que valeu a pena
Duas coisas; 1 em qqr evento/show/apresentação etc.. existe divisão de setores, areas, beneficios não foi a ccxp q inventou isso, nem o Brasil.. reclama do sistema nao do evento.. E fila em um evento desse porte acontece sendo gratuito ou pago.. tanto q as filas da sdcc são enormes ao ponto das pessoas precisarem acampar pra conseguir assistir os paineis
“Qualquer evento” não. A SDCC e muitos outros eventos não contam com ingressos VIP.Lá todo mundo paga o mesmo valor pelos ingressos e tem que pegar a mesma fila para entrar nos painéis, palestras etc. O que é uma falta de respeito é criar dois tipos de ingressos e sacanear quem não pode pagar pelo ingresso mais caro.
Show, teatro, futebol, etc., vc assiste ao evento mesmo se não for vip, a diferença é o local (mais longe ou perto do palco), já nessa feira, vc paga e tem o direito de ver tudo, só que se alguém pagar mais , vc corre o risco de não ver tudo que queria.
Cara no Brasil tudo é muito caro, fazer um evento desse não deve ser nada barato logo pq trás muitas atrações, tem caches, passagens areias, e custos como, alimentação, estadia, transporte etc e etc, Aluguel do espaço, de stands, material impresso ( muitos materiais impressos), e isso é só o grosso, CLARO e obvio que eles tem que lucrar, mas o custo é alto muito alto principalmente se tratando de Brasil
Não os culpo, temos que levar em conta que foi a primeira CCXP, nessa segunda esperamos algo melhor, acho que a partir dai poderemos exigir, ainda mais deles.
Olha sobreo negocio do hobbit eu tenho que dizer uma coisa. As 11 horas da noite do dia anterior ja tavam fazendo fila fora do evento para poderem ver o filme, um pessoal que eu conheço madrugo e eraaaa muita gente mesmo, mas eles conseguiram ver o filme, meu irmão trabalhou na organização do evento (não estou defendendo o evento eu concordo muito com o post) mas foram poucos os full expirence
Ano passado foram 20 Full Experience, e este ano de 2015 acredito que seja por ai também. É realmente para um nicho que faria de tudo para ter uma experiência animal. O evento do ano passado foi animal, então vale a pena para quem pode. Teve uma galera que saiu de lá falando que já ia começar a juntar uma grana para comprar o Full deste ano. Uma pena que o Full Experience não inclua estadia no hotel, se não seria a melhor opção disparado!
Como quase é um lance bem restritivo, por volta dos 20 ingressos, será praticamente igual para todos. Filas, etc, mas realmente faz parte. Quem já foi em uma convenção lá fora sabe como é.
É importante destacar o quanto a CCXP foi divertida, e o quanto o evento deste ano promete. Os dois convidados anunciados ainda não me convenceram, mas já vou garantir o meu na espera de um anuncio mais bombástico.
Espero que tenha pré-estreia de Star Wars, com Mark Hamil na CCXP 2015, quem sabe?
Acho lamentável tudo isso que aconteceu na comic Con 2014. Os fãs foram enganados pois, as pessoas que entraram para o primeiro painel do dia passaram o dia inteiro dentro do auditório. Do lado de fora a fila só aumentava em momento algum chegou alguém para ser honesto e avisar que ninguém iria entrar enquanto os fãs VIPs decidissem sair. Na minha nossos direitos de consumidor foram lesados pois no momento que comprei meu ingresso ninguém me avisou sobre esse lamentável fato.
Por essas e outras eu prefiro os eventos menores, que se focam em algo específico e só levam os fãs mesmo, não como a CCXP, que leva também um caminhão de “fãs de ocasião”, apostando em convidados puramente de merketing como Beakman e KIRK HAMMET!!!! Se só tivesse gente dos quadrinhos, como a Rio ComiCon anos atrás, não só ia ser muito mais em conta e interessante, como também ia juntar um público muito melhor em termos de conversas sobre o tema. Era um evento que até quadrinistas como Ziraldo iam só por ir, pra curtir o evento, mesmo sem falar em mesa alguma.
E Meet & Greet é o cúmulo da bundamolização desses eventos.
ótimo texto
Ano passado consegui assistir os painéis com Scott Snyder, Sean Murphy etc. e acredito que conseguirei ver a palestra do Mark Waid tbm. com o mesmo tipo de ingresso, o mais barato. e olhe que as salas onde os quadrinistas se apresentaram, eram 10 vezes menores que o Hall principal. quem paga Full Experience quer ver as CELEBRIDADES, e já estão reclamando dos até então anunciados, pq não são suficientemente famosos.
Na boa, não entendo a implicância com o evento. Nerdaiada vivia reclamando que não tinha esse tipo de evento por aqui e quando tem botam um milhão de defeitos.
E, sinceramente, o valor da AnimeFriends que é 1000x inferior não é muito diferente. Ano passado tave uns R$ 50,00… quase caí de costas quando vi. A última vez que fui paguei no máximo R$ 15
Curiosamente você pegou somente UM depoimento de reclamação e ignorou todos os milhares de depoimentos elogiosos que eu vi internet afora. Talvez pq não era conveniente pra mostrar os 2 lados da coisa?
Está caro demais? Sim, concordo. Está mais caro que a SDCC? Sim, concordo. Mas também é mais difícil trazer artistas pra cá (mais longe) e sai bem mais caro.
O preço do Full é absurdo? SIM… houve reclamação GERAL sobre isso.
A reclamação que aparece ali (do auditório vazio para a pré) me foi explicada, por quem FOI no evento (não a organização) que aconteceu o seguinte: ano passado tinha 3 opções de ingresso. O intermediário – o mais interessante – era o chamado Fan Experience. O problema é que, como sempre, os “espertinhos” fodem tudo… tinha gente que comprou Fan Experience fazendo ESCÂNDALO no evento, EXIGINDO ser tratado como se tivesse comprado o Full Experience. Daí a confusão toda!
Como já disseram acima, ano passado foram 20 pacotes Full. VINTE!!!
Sério que 20 pessoas atrapalham tanto assim um evento com umas 10.000 pessoas ou mais? Acho que não, né
Não teve tanta gente que comprou lugar reservado… O que teve foi gente sacana!!!
Resultado: esse ano aboliram o pacote intermediário Fan Experience que interessava – e era acessível – a pelo menos metade do público! Enquanto brasileiro não aprender a se comportar, só vai se ferrar e ferrar os outros..
Mas disso (do brasileiro fdp metido a esperto) você não falou, né
Veja, Cristina, algumas coisas:
1. A crítica não é ao avento, sim à opção da organização por fazer um ingresso normal e outro “vip”, sacaneando quem não é “vip”.
2. Se havia “espertinhos” e a organização do evento não soube lidar com isso, isso é um problema da organização do evento, que, então, falhou nesse ponto.
3. Você sabe realmente se o motivo da organização ter cancelado o ingresso “Fan Experience” foi o fato de haver “espertinhos” e “gente sacana” no evento ou você está inferindo isso? Há algum pronunciamento oficial dos organizadores a respeito disso? Haver três categorias de ingresso já é também uma sacanagem, mas o fato de terem abolido o ingresso “intermediário” já mostra a camarotização do evento.
4. Se você acha que é “normal” as pessoas pagarem mais dentro de um evento em que todos pagaram para estar lá, se você acha “normal” ficar numa fila por horas e uma pessoa entrar na sua frente porque “pagou mais”, então você compactua com a “lógica do camarote”. Podem ser 20, 100 ou 100.000. Não é meu caso.
5. Sim, há muitos depoimentos favoráveis na página, pois muitas pessoas aceitam e acham “normal” a lógica do camarote, ou simplesmente não passaram pelo problema citado no depoimento e, portanto, não se manifestaram. Mas também há muitos outros negativos lá que não foram citados.
Arrasou…
Meu resumo é simples, paguei mais barato anos passado e já achei caro pelo evento em si mesmo, não me acrescentou nada que me fizesse pensar “bem, foi um puta evento”, pelo contrário uma mega espaço com meia duzia de estandes, com menos da metade que vale a pena entrar e ver uma novidade, com o valor do ingresso de 4 dias por 3 pessoas eu, minha esposa e meu filho, enriqueço minha coleção. Realmente no ano passado fiquei e ainda tenho a sensação que joguei meu dinheiro no lixo! No dia seguinte fiz uma critica na página do evento, ela nunca apareceu publica, pois claro, falava mal e muito mal, sobre a organização que estava medíocre de ruim e claro sobre a meia duzia de estandes mais medíocres ainda com preços absurdos, então este ano estou pensando grandemente em melhorar minha coleção.
Preciso elogiar, antes de tudo, a qualidade do texto de vocês. Em um universo em que o jornalismo é feito para agradar e de qualquer jeito, este texto me inspirou a acreditar novamente não somente na comunicação, mas no jornalismo de quadrinhos, que devido ao sucesso dos filmes (que aqui não critico), tem deixado muito a desejar.
A reportagem é pertinente e os preços absurdos. Me lembro quando a camarotização dos grandes shows também foi debatida (e logo esquecida, negligenciada, “abafada”). Será este o futuro das Comic Con’s brasileiras? Se for, como diria um amigo meu, “só lamento”.
Obrigado pelos elogios, Fernanda. Sim, como disse no texto, é uma pena que o público nerd esteja se tornando refém dessa prática. Mas há também os cúmplices, e eles não são poucos.
Como todo e qualquer evento, o objetivo principal dos organizadores é o LUCRO. É errado cobrar ingresso VIP, dando “regalias” aos “abonados”??? Não acho errado, porémmmmm, não se pode beneficiar um, em detrimento do outro. Nunca fui a esses eventos, mas, pelo que entendi, são auditórios (um ou mais) onde um determinado palestrante ficará, ou evento, ou exposição, etc, etc, etc. Então, quem paga mais, entra e senta, quem paga o “normal” fica na fila e nem sabe se vai conseguir entrar. (não sei se é uma ou várias palestras, etc no dia). Então, o erro não esta em se cobrar pelo VIP, o erro esta em se COBRAR O NORMAL, sem GARANTIAS de que ele poderá assistir ao que desejava assistir ao comprar o ingresso, e isso sim, é LESAR o CONSUMIDOR. Então, se o evento tem entrada limitada, para se dar a GARANTIA de que os CONSUMIDORES terão acesso ao setor que desejam, esses setores deveriam ter entradas numeradas e horários determinados. LOTOU, encerra-se a venda para aquele setor. Complicado?? SIm, muito, mas, é o certo e o que deveria ser feito. Mas, como não sei nem como rola esses eventos, é só uma opinião em relação ao que foi publicado na notícia. Cobrar VIP nãp e errado, errado é não garantir o acesso de quem comprou o NORMAL.
Seja como for, é um evento que segrega as pessoas. Mesmo o valor da meia mais barata está fora do alcance de uma imensa porcentagem dos fãs. E é sim possível fazer algo deste padrão cobrando mais barato.
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Conheci um canadense que disse que nunca viu uma full experience tao barata. Ele falou que comparado com outras comicons nao dava nem metade do preco. Ele tb disse que a ccxp ta quase empatando com a san diego em termos de qualidade.
Ehh mentira Gustavo!! Esse cara te enganou e não sabe o valor do dolar canadense em reais!!
Depois de ler tudo isso fica uma pergunta: o que o escritor do texto faria se ganhasse um ingresso full? Usaria? Devolveria? Ou só pegaria os colecionáveis e iria para a fila dos painéis, já que não concorda com a “setorização”?
Entendo o seu ponto de vista, mas não sou contra a prática. Os organizadores precisam lucrar, é o mercado, é a vida. Se eles não lucram, não fazem mais CC aqui. E eu também não posso pagar o pacote full, mas vou ao evento só para curtir, conhecer pessoas, pegar autógrafos no artist alley. Eu prefiro uma CC no Brasil com “camarote” do que uma em San Diego sem camarote (pois não tenho como ir pra lá também).
Prezado Fabio, caso isso ocorra, postarei aqui para conhecimento geral. Talvez um trecho do texto tenha passado despercebido, que coloco aqui: “A CCXP é um negócio e o evento precisa ser lucrativo para seus organizadores – se não for o evento simplesmente deixará de existir, o que não é bom nem para o público nem para os organizadores. Portanto, é justo e necessário que se cobre pelo evento até mesmo para garantir sua existência. O absurdo é você criar uma diferença entre aqueles que pagam e aqueles que pagam mais. Seria a mesma coisa de fazermos um curso em que alunos que pagam X poderiam frequentar, mas alunos que pagam Y poderiam sentar na frente e fazer perguntas. É contrassenso. Mas o absurdo maior não é a existência, mas sim que as pessoas aceitem pagar por isso.”. Entre uma CCXP no Brasil com camarote e uma SDCC sem camarote, eu prefiro uma CCXP sem camarote. Há muitos eventos para o público nerd que ocorrem sem esse tipo de diferenciação e são lucrativos para seus organizadores, prova de que é possível. Abraço.
Você me convenceu: não vou para comic Con experience não!! Muito caro!!