Inoue Takehiko: do basquete ao samurai lendário

Conheça um pouco da vida e obra do mangaká que se desafia a cada história!

Um dos maiores mangakás da terra do sol nascente, Inoue Takehiko, nasceu em 1967, no Japão. Aos 9 anos seus pais se separaram e junto com sua mãe e irmãos foram morar em Kagoshima, cidade em que seu avô morava. Foi ele, seu avô, quem incentivou Inoue a seguir a carreira de mangaká e foi este encorajamento que o estimulou e continua estimulando a trabalhar incessantemente para terminar um capítulo no prazo final dado pelo editor.

Diferente de muitos mangakás, Inoue não possui muitos trabalhos editados. Como criador e desenhista esses são os títulos: Slam Dunk (1990 – 1996), primeira história sobre basquete produzida por Inoue, possui 31 volumes e publicado na Weekly Young Jump, pela Shueisha; Buzzer Beater (1997 – 1998), mangá em colaboração com a ESPN, lançado em quatro volumes na Webcomic, pela Shueisha, também sobre basquete; Vagabond (1998 –), com 37 volumes, em andamento, publicado na Weekly Morning, pela Kodansha, com sua história baseada no romance Musashi de Eiji Yoshikawa;  Real (1999 – ), publicada na Weekly Young Jump, pela Shueisha, com 14 volumes, ainda em andamento, tem também como tema o basquete, mas o foco são jogadores com deficiência física, que jogam em suas cadeiras de rodas. E como apenas desenhista: Chameleon Jail (1989 – 1990), com 2 volumes, com roteiro de Kazuhiko Watanabe, sobre um personagem que tem poderes super-humanos e com habilidades de mudar a aparência, foi lançado na Weekly Shōnen Jump e publicado pela Shueisha.

Esse mangaká tem uma admiração por basquete, esporte que até hoje pratica. Inicialmente, quando estava estudando, Inoue, se interessou por uma garota e tentou impressioná-la através desse esporte e foi dessa sua vivência que surgiu o protagonista Hanamichi Sakuragi, do mangá Slam Dunk. Este artista acredita que para ser um bom profissional, deve haver desafio no trabalho, e foi o que ele fez quando se arriscou a desenhar uma história sobre um esporte pouco popular no Japão, o basquete. O mangá fez tanto sucesso que muitos jovens começaram a praticar esse esporte e até hoje continua popular entre os japoneses.

Outro desafio que Inoue Takehiko enfrentou foi mudar o instrumento para fazer a arte finalização, do bico de pena ou caneta nanquim ele começou a utilizar um pincel fino de fudê, pincel japonês usado para a caligrafia (shodō) ou pintura em aguada japonesa (sumi-ê). Com esse material, segundo o artista, as linhas são mais fluidas, isto é, orgânicas e dão mais expressividade ao personagem, principalmente na movimentação dos cabelos, parte do corpo que ele acredita dar mais vida ao personagem. Para Inoue ainda, seus desenhos seguem a sua expressividade. Se ele está mais humorado, seus personagens, cenários, linhas e traços são mais alegres, se ele estiver num dia um pouco melancólico, essas características se tornam mais fechadas e tensas. Em outras palavras, seu trabalho é mais artístico que apenas comercial.

Esse processo artístico pode ser visto já na  forma em que o mangaká apresenta os passos para se criar um mangá:

  • É o processo de desenvolvimento da história. Ele é feito como storyboard, não há roteiro, ou seja, a narrativa e diálogos é feita juntamente com o desenho, que são desenhos rabiscados rapidamente para não se perder a ideia.
  • Esboço à lápis. A partir do storyboard são feito desenhos mais elaborados para apresentar melhor os personagens, diálogos e cenários.
  • Arte finalização.  Quando se finaliza o desenho com um contorno definitivo, geralmente é feito com nanquim, bico de pena ou pincel.

Para o autor, ter um enredo já descrito não importa, mas sim o desenvolvimento da história dada por cada capítulo, sem saber o que acontecerá. Podemos dizer que Inoue Takehiko é  um mangaká  que se desafia a cada história, seja nos temas abordados, seja nas técnicas utilizadas.

Sobre Mochi

Atingiu o estado de Olhos Grandes nas ilhas do Oriente Silencioso.
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