Depois de anos de mistério e produção, a Rockstar lançou o jogo que prometeu abalar as estruturas da indústria de games mais uma vez.
A Rockstar Games lançou em 2018 seu primeiro game após o sucesso GTA V, Red Dead Redemption 2. O jogo é um prelúdio do original que foi lançado há oito anos nas plataformas Xbox 360 e PS3. O primeiro foi impressionante por seus gráficos, história e ambientação que fizeram um trabalho louvável para a imersão do jogador. A expectativa inicial era de que teríamos uma expansão de tudo isso no segundo jogo, em um prelúdio com gráficos melhorados. Porém o game revelou-se uma surpresa mesmo para os mais otimistas, já que apresentou um mundo aberto diferente do habitual, extremamente detalhado e com muitas variáveis. Provavelmente este é o primeiro jogo na história que parece estar vivo, em constante movimento.
Os aspectos técnicos como gráficos, produção sonora e jogabilidade impressionam. A impecabilidade técnica já deixaria o jogo em um patamar elevado, porém o que o diferencia dos outros é sua “vida”, suas ações. Um exemplo é a necessidade de manter a aparência do protagonista apresentável para que ele não assuste civis e não tenha problemas em conseguir informações privilegiadas. Outro é a necessidade de limpar suas armas para que elas não estraguem e mantenham um bom desempenho.
Nenhuma destas ações são obrigatórias para concluir o jogo, porém são prazerosas de se realizar, pois tudo possui impacto no desenvolvimento de sua história com o protagonista. Em uma briga de bar por exemplo, após destruir todo o estabelecimento e voltar ao local, você perceberá o dono do lugar arrumando as mesas, cadeiras, varrendo o chão e preparando tudo para no próximo dia receber novos clientes. Pode ser que ao voltar no lugar, o dono não tenha conseguido arrumar a janela ainda, só varrido os cacos de vidro.
Ao cavalgar pelos campos do jogo, é possível encontrar caçadores de recompensa ou homens da lei levando condenados para a prisão. Você escolhe se salva ou não essas pessoas e isso trará uma série de consequências. Matando um oficial de justiça você será caçado. Um caçador de recompensas pode ter um companheiro que irá lhe caçar, você pode amarrar essas pessoas e deixar em um lugar afastado, ameaçá-los para que não te denunciem ou simplesmente cumprimenta-las e deixá-las seguir com a prisão. Caso escolha ajudar a pessoa presa, ela pode ter uma dica, mapa do tesouro ou simplesmente um obrigado por tê-la salvo.
Tudo está em constante transição, isso dá a impressão de que as ações dos NPCS e da natureza são independentes de seu personagem, ele é uma peça em meio a essa história que continuaria existindo sem a interferência dele. Toda a liberdade proporcionada por conta disso torna este jogo uma experiência diferente em meio a tantos jogos de mundo aberto disponíveis no mercado que repetem fórmulas de outros tempos que já deram certo. Ele simula um Velho Oeste em que você decide se vai ser o maior vilão da cidade ou o bandido honrado que só mata membros da Ku Klux Klan e todas as variáveis de mundo, aliadas com as de conduta, fazem uma experiência crível de faroeste.
Depois dos oito anos do jogo original, a Rockstar não trouxe uma simples continuação, mas o aperfeiçoamento de uma fórmula que a deixou famosa não apenas por RDR, mas também por GTA. Seus jogos de mundo aberto são referência na indústria e criaram diversos parâmetros de qualidade que a cada ano tentam ser replicados em outras franquias. O capricho e o tempo hábil para essa produção foi a união perfeita para que esse jogo trouxesse a sensação de ser um mundo paralelo ao nosso, de estar vivo, de transmitir a liberdade e vida presentes em uma história orgânica, que fala sobre seus personagens e seu mundo que são tão livres e vivos quanto eu e você.
Vocês já imaginaram GTA ambientado na época de Al Capone ?
Realmente seria incrível um game da Rockstar com essa temática, o mais próximo que temos é L.A Noire.