Veja como o animê e o mangá estão presentes nesse espaço de arte e cultura!
São Paulo foi uma das cidades três cidades escolhidas para acolher a Japan House que oferece um espaço em que a arte e cultura residirão junto com a tecnologia e o business. A cidade foi ainda a primeira a abrir as portas para público.
O espaço, já na sua porta de entrada, expõe a arquitetura contemporânea japonesa de Kengo Kuma, que costuma se apropriar de materiais naturais, principalmente a madeira e o papel, duelando com a sensação de leveza e dureza.
O local comporta ambientes que exibem exposições, cafés, livros, workshops, gastronomia e uma lojinha. Tudo de forma aconchegante para o público visitante num espaço que pretende mostrar o Japão tradicional e contemporâneo.
Com uma apresentação já diferenciada, antes da Japan House abrir sua porta para o público, uma intervenção que circulou a cidade foi feita. Produzida pelo artista japonês Makoto Azuma, Flower Messenger foi levada por voluntários que pedalaram por diversos bairros de São Paulo, carregando consigo um cesto de flores, chamados de jardim efêmero.
E, na sua abertura oficial, tendo bambu como tema, trouxe os utilitários feitos dessa planta, como os da cerimônia do chá, brinquedos, armadura, cestarias etc., mas, que se misturaram com artistas contemporâneos que se utilizam do bambu para suas obras de arte. Akio Hizume, por exemplo, baseou-se na sequência de Fibonacci (matemático italiano da Idade Média), para que sua instalação de um dodecaedro composta de 600 estacas se firmasse sem nenhuma amarração, ou mesmo, Chikuunsai IV Tanabe, que fez uma árvore retorcida sem usar nenhum prego ou cola, apenas encaixes.
Porém, o mais surpreendente foi ver uma sala montada com diversos bambus e dentro dela ver trechos do filme A Princesa Kaguya, de Isao Takahata e produzida pelo Studio Ghibli. Ao entrar na sala, que já pode nos remeter o interior de um bambu, planta em que a princesa Kaguya nasce, deitamos em tatames e assistimos a projeção no teto, uma outra perspectiva de ver um filme e, ao som da música tema.
Ainda relacionado a essa parte da exposição, frames da animação foram impressas, provavelmente, em papel arroz e montadas com um suporte com molduras em tecido, conhecidas como kakejiku, mas apresentadas semelhantes as pinturas de rolo, os emakimono.
Mas, essas surpresas não ficaram apenas nas visualidades, mas no sonoro também, pois a apresentação ao ar livre de Jun Miyake e Ryuichi Sakamoto transformaram o Parque Ibirapuera em melodias culturais mistas, indo e vindo, por diversas culturas, para chegar em apenas uma, a música. No entanto, depois de sair do êxtase sonoro, um momento de dejà vu eclodiu em algumas notas o que possibilitou a curiosidade em saber mais a respeito e encontrando outros trabalhos como composições musicais para animês. Jun Miyake, por exemplo, fez a trilha sonora do episódio Stink Bomb do desenho Memories (1995), de Katsuhiro Otomo. E, Ryuchi Sakamoto compôs a trilha sonora do filme produzido pela Gainax e Bandai Visual, dirigido por Hiroyuki Yamaga, Royal Space Force: The Wings of Honnêamise (1987).
Encontrar um animê na exposição e dois musicistas que fizeram trilhas sonoras para desenhos animados foi uma surpresa e, talvez mostra a possibilidade do mangá, animê e cultura pop também serem inseridas dentro de uma casa de arte e cultura e, quem sabe serem vistas/apreciadas por um outro olhar?!
Serviço:
Japan House
Onde: Avenida Paulista, 52
Horário: terça a sábado, das 10h às 22h. aos domingos, 10h às 18h.
Quanto: Grátis