A INVASÃO JAPONESA NA TV BRASILEIRA EM 10 VÍDEOS NADA ALEATÓRIOS

manchete

Volta-e-meia meus colegas quadrinheiros me cobram: eu deveria escrever mais sobre temas orientais, afinal, de quê adianta ter um cara no grupo para dar diversidade étnica se ele escreve sobre os mesmos assuntos que os outros? Então, para cumprir meu papel e ter um pouco de sossego (e também porque eu estava totalmente sem idéias), aqui vai uma pequena seleção de vídeos que iniciaram meu relacionamento com o entretenimento japonês.

Obs.: Não cresci na colônia, a TV chegou muito tarde em casa e passei boa parte da vida no interior. Então, vi pouco dos chamados clássicos quando eles passaram pela primeira vez. Mas também é claro que vi muitas outras coisas que não estão aqui. Escolhi as que ocupam um espaço mais significativo nas minhas lembranças. Você é livre para achar minha lista ruim, claro, mas a memória é minha e o post também. Se você quiser fazer sua própria lista, temos os comentários. Se você quer realmente compartilhar sua lista com (nossa pequena parte do) mundo, sempre há vagas para Redshirts.


 1. Ultraman

Vi poucos episódios, não lembro de nenhum inteiro, nem mesmo era fã da série. Eu gostava, mas só tinha assistido um ou outro episódio na casa de alguém quando meus pais iam visitar e me levavam junto. Está na minha lista porque foi meu primeiro contato com produções televisivas japonesas.


2. Speed Racer

Também vi poucos. O único episódio que realmente lembro é o do Carro Mamute (que também é um dos mais fáceis de localizar na internet). Demorei para entender que o desenho era japonês, porque a trilha de abertura no Brasil era em inglês.


3. Honey Honey

Foi uma espécie de introdução ao desenho com continuidade. E eu não fazia diferença entre desenhos para meninas e para meninos. Verdade que não era minha série favorita, mas era divertida o bastante. (E eu também achava perfeitamente normal brincar de boneca com minha irmã).


4. Spectreman (ou Spectroman, que era mais fácil de falar)

Há quem diga que era o primo pobre do Ultraman. Também não faltam comentários sobre como as questões de ecologia na verdade fazem do herói um vilão. Meus pais achavam estranho que eu gostasse de algo tão mal-produzido. Acho que foi a primeira série que tentava chamar minha atenção para questões além do bem x mal.


5. Juspion (ou Jaspion, como ficou conhecido aqui)

Virou febre. E eu ficava louco da vida quando recomeçavam a série. (Achava que era sacanagem da Manchete, não que fosse problema na produção das versões dubladas). Sabia cantar todas as músicas, fiquei chateado quando passaram a cantar em português. Curiosamente, só recentemente assisti o último episódio pelo Youtube. Sempre acontecia alguma coisa que me impedia de ver.


6. Changeman

Brinquei muito disso até o final da pré-adolescência. E também fiz muitos desenhos do meu próprio Super Sentai. Na minha turma da escola, eu queria ser o Dragon, mas só me deixavam ser o Pegasus. Pensando hoje, acho que combinava mesmo comigo: Youma Ozora estava sempre com fome. Foi a primeira série que consegui assistir do começo ao fim. (Mas também tinha o problema de ficarem recomeçando).


7. Flashman

Considerando o padrão das séries que eu costumava ver (ou seja, que meus pais deixavam), era bastante pesada. Além do drama da busca pelos pais, havia o problema do planeta começar a rejeitar os heróis, como se fossem uma infecção. E o desespero de ver o Flash King destruído? E a frustração de ver que eles tiveram que deixar a Terra sem encontrar a família?


8. Jiraya

Meu pai ria muito. Além das cenas de lutas mal-coreografadas, dos (d)efeitos especiais, ele se divertia com os nomes esquisitos e mais ainda com os trajes. Ele dizia que certamente o seriado tinha mais ninjas do que toda a história do Japão. Jiraya me empolgou muito durante boa parte da série. (Também me inspirou a criar minhas próprias versões de ninjas modernos e multi-coloridos). Também foi minha primeira decepção. O final da série é sofrível. Flashman me deixou triste, mas era uma boa história. Jiraya teve um final ruim mesmo, mal-contado, mal-executado. Sempre prefiro pensar que a série não teve fim.


9. Cybercop

Três coisas me agradavam muito: menos magia e mais tecnologia (ou o que parecia ser tecnologia na minha cabeça de adolescente recém-saído da infância), as reviravoltas da história (vilões que viram heróis, heróis que talvez fossem vilões) e a música, principalmente o tema de encerramento. Volta-e-meia paro pra escutar.


10. Zillion

É verdade que foi ao ar pela Globo (em horários esdrúxulos) antes de eu ter visto boa parte das séries que coloquei na lista. Mas só fui conhecer Zillion de verdade quando já estava no colegial. A série era exibida no fim-da-tarde, no Gazetinha. Foi a primeira série de animê que fiz questão de acompanhar do início ao fim. Fiquei surpreso que uma história tão boa tivesse sido criada só para promover brinquedos e vídeo-games. Recentemente, comprei a série em DVD, inclusive com o OVA. É um dos raros casos em que gosto mais da dublagem brasileira. O casting feito pela Álamo casou muito melhor do que as vozes japonesas, principalmente das mulheres.

Sobre Quotista

Filipe Makoto Yamakami é historiador, professor, músico amador, twitólatra, monicólatra, etc. E realmente precisa de um emprego que lhe permita pagar as contas. @makotoyamakami
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9 respostas para A INVASÃO JAPONESA NA TV BRASILEIRA EM 10 VÍDEOS NADA ALEATÓRIOS

  1. Com exceção de Zillion, que eu de fato nunca vi, essa bem que poderia ser minha lista. Também adorava Flashman (mentira: adoro ainda, tenho a série toda no computador e de vez em assisto). Os temas mais sombrios eram (e ainda são) o que mais me agradam na série.
    Eu era tão viciado nessas séries japonesas da Manchete que eu era famoso na escola por ter assistido os finais de Changeman, Jaspion, Flashman e Jiraya. Mas como eu não era muito fã do Incrível Ninja, nem me lembro como foi o final. Talvez porque tenha sido ruim também! Nesse ponto, Flashman é de fato imbatível!

  2. Stefano disse:

    você assistia??

    • Quotista disse:

      Infelizmente, não. Eu morava no interiorzão quando isso passava na TV. Yamato ainda consegui ver depois, em vídeo mesmo. Don Dracula, nunca me passou pela cabeça correr atrás. Se bem que agora é mais fácil, com internet e tudo o mais.

  3. Diogo disse:

    Um outro detalhe interessante de Flash mandar era a presença de 2 robôs, o Flash King e Gran Titan (Titan Junior -> Gran Titan) . Se não me engano, essa foi a primeira série a ter 2 robôs.

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