Hoje é um dia muito especial para nós aqui dos Quadrinheiros: estamos comemorando 2 anos de blog! Gravamos um vídeo para comentar os posts que mais deram mimimi por aqui para comemorar a data:
E também gostaríamos de relembrar com vocês o que consideramos nossos melhores posts! Boa leitura (ou releitura)!
Picareta Psíquico
O post número um foi dos mais polêmicos nestes dois anos de blog – Cosplay, quadrinhos e misoginia. Depois de uns 20 dias da publicação começaram a chover comentários bem agressivos que eu rebati. Deixei o caldo engrossar um pouco e encaminhei o link para que o texto do post e os comentários fossem avaliados por mulheres (e ai novamente mais comentários). Esse post foi o primeiro hit do blog e por isso é histórico.
O segundo lugar é um post clássico e extremamente detalhado – A revolta de Zaratustra: Miracleman e a revolução ignorada dos quadrinhos. O trabalho que deu a pesquisa ao Velho Quadrinheiro fica evidente na quantidade de informação do texto. Eu que não conhecia muito do assunto me surpreendi.
E em terceiro lugar – Marvel Comics: a história secreta – 10 observações para perder a inocência sobre quadrinhos. O Livro do Sean Howe é muito interessante e o post do Nerdbully resumiu os pontos principais, levando a essência do livro para mais leitores
Duas ressalvas – Com sou eu que edito as webséries (e se quando o resultado final é apenas ok ou quando supera as expectativas), quero destacar dois episódios:
– Herói tem sede de que? – 5° episódio da S02 de Viciados em Quadrinhos
– Alívio Cômico – 4° episódio da série Quadrinheiros explicam
Nerdbully
Considero os melhores posts – ou pelo menos aqueles mais interessantes – aqueles em discutimos a própria figura do herói, sem qual a indústria cultural não existiria tal a conhecemos hoje. Entender e discutir como algo arquetípico, mitológico e religioso pode ser convertido em produtos de consumo em massa certamente é uma das coisas que eu gosto de fazer com meus amigos Quadrinheiros e aqui vão dois posts nos quais fizemos isso:
O Vaqueiro da Liberdade: Capitão América e o Destino manifesto: aqui o Sidekick fez uma interessante análise mostrando aspectos históricos e universais do herói, em específico do Capitão América. Vale a pena a leitura para entender melhor não só o Capitão, mas também um pouco sobre como os americanos encaram seus heróis.
Afinal, por que você quer ser um herói?: nesse fui direto na fonte e tentei explicar em um post o que a pessoa que notou que a figura do herói é, de fato, universal: Joseph Campbell.
Outra parte importante do que fazemos aqui é entender como são construídos roteiros. Estamos fazendo isso na nossa web-série Quadrinheiros Explicam e também aqui nesses posts:
A trágica piada do amadurecer: algo sobre roteiros com final aberto: Velho Quadrinheiro mostra bem a diferença entre roteiros de final aberto e fechado, e como cada tipo de roteiro se comunica melhor com uma fase de nossa vida.
Plágio, colagem, citação, homenagem, caos e ordem: nesse mundo pós-moderno do ctrl+c ctrl+v, o Picareta Psíquico tentou demarcar essas linhas tão tênues. Muito bom.
E outro post que foge um pouco dos assuntos acima mencionados é o (E)X-Minorias Entre os 20 centavos e a TFP: da vanguarda ao reacionarismo em 5 passos, escrito pelo Quotista. Não se assustem com esse título hermético, ele discute como uma minoria pode se tornar majoritária e de como o oprimido pode vir a se tornar opressor, utilizando como mote os X-Men e os protestos do ano passado.
É isso aí. O que mais dizer além de muito obrigado?
Quotista






Sidekick
Que tarefa difícil, mas essencial! Levantar quais textos mais me chamam a atenção nesses 2 anos de quadrinheiros. Tentei ir olhando a listagem e abrindo uma aba pra cada post que achava interessante. Travei meu computador mais de uma vez… e isso porque estava olhando apenas um por vez. Sério… Não é rasgação de seda. Como tem coisa boa aqui. De verdade. E mano… me sinto e sou o mais fraco desse time, porque olha… cada coisa que tem… Pois bem, vamos lá apontar quais os mais legais de cada um dos demais… Bem, serei mais objetivo possível!
Dos posts do Nerdbully acho que o mais interessante e que mais caracteriza seu modo de escrever e de falar é o … bem… pera lá… Eu poderia falar de um dos mais polêmicos, o Destruindo Clássicos, mas acho que outros textos ainda são mais fortes…. ou então poderia falar de um que mais do que gerar polêmica, não foi bem lido pela maioria, como o sobre a transmutação do Game of Thrones e produto de mercado…. mas ele ainda é muito polêmico.
Para não continuar com a palhaçada, escolho o Ad hominen nerdus, que eu gostei tanto que inclusive depois respondi com um outro post, além de que sempre continuará sendo motivo de discutir com o Nerdbully. Ele marcou tanto, para mim, pois se há um problema que passo hoje em dia é explicar que eu era nerd antes de nerd ser algo legal. Quando você foi criado por uma mãe que te cumprimenta falando “Vida Longa e prospera” e um pai que te incentiva a ler quadrinhos desde pequeno, é dificil não ser nerd.
Bom, seguindo na ordem alfabética, Picareta Psiquico. Antes gostaria de pedir palmas. MUITAS PALMAS! O cara além de manter sua regularidade incrível como escritor no blog ele edita SOZINHO todo o material do nosso canal do youtube. Só isso já merecia uma menção imensa! Mas como hoje estamos focando no material escrito, também estou numa sinuca de bico. Poderia falar do post sobre Quadrinhos e Jazz, que eu até sinto inveja de não ter escrito. Poderia falar também do sobre Plágio, colagem e homenagem e tals, que está num top 10 de melhores textos de referência que eu já li!
Mas para ser honesto com todos e tudo, devo me deter a apenas um post. Mesmo assim vou quebrar as regras. Apesar de serem dois, na verdade eles contam sobre um mesmo tema. O Picareta gosta tanto de quadrinho nacional quanto eu, logo, falar do Laerte é algo imprescindível. A dobradinha sobre as tiras bergmanianas e sobre a técnica narrativa do Larte são uma aula sobre o quadrinista.
Seguindo para o Quotistas. São posts sempre densos, que exigem uma leitura um pouco mais dedica, mas sem dúvida, prazerosa. Ler o que ele escreve é como sentar e bater um papo com esse nosso nipônico. Ainda devemos somar o fato, que para mim gera ainda mais empatia, de ambos sermos protestantes praticantes, por isso poderia deixar de dica o post sobre o humor e a religião. Mas também temos que levar em conta textos como o da questão da mulher no mundo dos quadrinhos, que trouxe muita polêmica mas muita reflexão.
Porém, acho que não dá para escolher de fato nenhum desses posts. Não por não serem bons, mas porque falar do Quotista é falar de Turma da Mônica. Nosso monicólotra oficial não poderia ser lembrado por outro texto, a não ser um que fale sobre a baixinha. Por isso fica a minha real indicação pelo texto sobre a questão da infância e da mônica.
Por fim, mas não menos importante, chega a vez do Velho Quadrinheiro. Um cara de essência nada jovem, porém que deve ter mais disposição física que todos os demais escritores deste espaço. Se há algo que claramente identifique-o como autor, as listas são essa marca. Mas não é o único modo de escrever, mas sim o mais reincidente. Sua grande habilidade como escritor reside talvez em seus textos mais complexos. É quando fala sobre a morte e o modo como os quadrinhos lidam com o fato ou então quando faz uma anatomia dos vilões.
O post que na verdade melhor marca essa junção do texto filosófico analítico com uma lista, é o sobre a “organização cronológica” do Sandman. É um texto essencial para você que é novato nesse mundo de muitas aventuras e confusões, uma vez que pega todas as passagens do Sandman e as coloca numa cronologia mais clara. Mas não deixa de lado a sua análise ou muito menos o seu sarcasmo. Um guia pelo mundo dos sonhos de Gaiman.
Quanto a mim, acho que não tenho um que ache melhor ou mais legal quando olho os dos meus companheiros de luta nerdística. Talvez chamaria a atenção para algumas coisas que gostei muito de escrever.
Para quem acompanha as coisas que eu falo, percebe que eu comento muito sobre música. Uma paixão aqui em casa cultivada e alimentada. Três posts meus falam sobre o tema: Um sobre o Minduim, que fala com a minha infância; um sobre as trilhas sonoras do Hans Zimmer, que fala com a minha adolescência; e um sobre a Dodecafonia e quadrinhos nacionais, que fala com a minha vida adulta.
Acho que consegui ser até que breve. Espero ter mostrado um percurso interessante de leitura de todo o material aqui publicado.
Velho Quadrinheiro
Sem firula. Pra comemorar o aniversário estes são os posts que você devia ler aqui e por quê (do meu ponto de vista):
ENTRE O OLIMPO E O PROSTÍBULO: História em Quadrinhos e Estereótipos Femininos
Muito bom por razões, digamos, formais: 1. Ele é objetivo! Isso é difícil pro Quotista, e acabou saindo um excelente ensaio, ponderado, enxuto, o que seria fácil descambar em se tratando do tema polêmico. Tem uma moderação que outros (eu) não seriam capazes. 2. O título é excelente, explica toda a premissa, meta e opinião do autor e mesmo assim incita a leitura ao invés de encerrar o assunto (como acontece muitas vezes num blog de quadrinhos “convencional”).
Muito bom por razões que também servem ao texto acima. Ao falar das antigas histórias dos X-Men, as primeiras que ele leu. Celebra o caráter trágico e dramático daquelas capas. O texto do Quotista descreve de forma muito clara sensações e experiências de infância que moldaram o meu gosto por histórias de super-heróis. Não tenho dúvida que esse texto é um resumo de muitas horas de conversa que tive com ele. Honestamente já não sei se o que ele descreve ali são memórias dele ou as minhas.
Do Nerdbully
Para qualquer fã do Superman com mais de 30 anos
The Dark Knight Rises e o Occupy Wall Street: o sonho equivocado de Zizek
Os dois textos, assim como outros já célebres por aqui, são muito bons por razões idênticas: traço marcante dele, N-Bully tem o incrível talento de polemizar (“azucrinar produtivamente”) com interlocutores. Nos dois textos ele filtrou a essência do que dizem, pontos-chave do raciocínio, submeteu a um exame rigoroso e neutralizou completamente qualquer réplica. Vai falar o quê? Que estava errado? Não dá. É hostil, agressivo, imbatível. Assim como seu espelho ao acordar de manhã. Ou o abismo de Nietzsche. Plus: Zizek, você erra!
Cosplay, quadrinhos e misoginia
Assim como outros aqui, post vedete do blog. Nascido de um tempo em que, acho, éramos mais despreocupados e a bola corria solta, futebol de várzea, arte e moleque. No fim gerou uma baita repercussão e uma excepcional reflexão para nós, para os leitores, sobre os quadrinhos, sobre rótulos sociais, o mundo que vivemos. Já vi dezenas de manifestos que não chegaram nem perto da qualidade e efeito que esse breve texto suscitou.
Quadrinhos e jazz: narrativa sincopada
O texto é excepcional por N razões. Não só porque ele mapeou uma relação entre autores de quadrinhos e jazzistas, mas porque revela toda a erudição do moço. Pra quem não sabe, exceto o Picareta, somos todos acadêmicos, estudamos e ralamos muito pra entender as coisas, inclusive música. Jazz é um gênero extremamente complexo, cheio de nuances, sutilezas, no limiar entre caótico e sublime. Os itens de composição são tão sutis que seriam inconcebíveis de se verbalizar (tentei agora e não consegui). Aí vem o cara, numa fluência tremenda, sem firula, e descreve isso em autores de quadrinhos, putamerda. Sério, nós todos agradecemos.
O Hobbit: O dia que fui descalço ao shopping ou o dia que fiz cosplay para ir a uma pré-estréia
Pra ser bem franco: não acho o texto lá aquelas coisas. Longe disso, foi um dos que mais nos deu trabalho pra editar. Aí está a grande importância (e mérito) do texto. Se deu trabalho é porque havia algo ali que não aceitamos em nós mesmos também (senão seríamos insensíveis). Evidente senão pelo próprio texto, mas porque ele encheu de fotos no post, Sidekick é caracteristicamente jovem, um noviço na escrita, tateando o caminho que parece certo pra ele. Mesmo que poucos até agora, a cada post ele chega mais perto de sincronizar o que acha com o aquilo que esperamos ler, uma boa medida para além do próprio gosto. Não me atrevo a dizer qual seja, afinal isso é individual. Ele tem muito chão pela frente. Mas é um privilégio poder assistir isso de perto, afinal também aprendemos. Garoto, mãos à obra.
E que comece o Cogito ergo fun (Ano III)