Por que a edição 100 de uma hq deveria ser mais ou menos emblemática que a edição 89 ou 74? Não importa. Há uma noção de que o número 100 tem algo de especial, quase cabalístico e todas as edições 100 são comemoradas. E nós, para seguir essa tradição editorial, estamos aqui comemorando o nosso centésimo post!
Resolvemos comentar algumas edições número 100 emblemáticas, bem como problematizar a própria noção da centésima edição (para não perder o costume).
Picareta Psíquico
Em 1987 o mercado de quadrinhos no Brasil ainda era coisa de criança. Não só porque o público alvo era a molecada do ensino fundamental, mas também porque a política editorial era bastante amadora. Os notórios cortes que a editora abril fazia nas páginas das edições originais para as histórias caberem no seu clássico “formatinho” são um exemplo disso. Mas para um menino de 12 anos aquele período era mágico. Por CZ$ 50,00 (equivalente a R$ 1,80 sem correção) se comprava a edição n° 100 do Capitão América com 164 páginas e recheada de histórias clássicas.
Além da origem do Quarteto (Fantastic Four n°1 de 1961 de Stan Lee e Jack Kirby), e da origem do Hulk (Incredible Hulk n° 1 de 1962 pela mesma dupla), ainda tinha a origem do Thor (Thor n° 158 de 1966) e que era praticamente uma reimpressão da primeira aparição do Deus do trovão (Journey into Mistery n°83 de Stan Lee e Larry Lieber), e a origem do amigão da vizinhança (Amazing Fantasy n° 15 de Stan Lee e Steve Ditko).
Depois dessa aula de quadrinhos ainda tinha duas histórias (uma do Aranha e uma do Hulk) do incansável roteirista Bill Mantlo (que trabalhou em quase todos os títulos da Marvel e foi responsável por ROM), uma história do Quarteto escrita e desenhada por John Byrne (onde a famosa tia Petúnia, tão citada pelo Coisa, finalmente aparece se revelando bem mais jovem do que se supunha), além de uma história do Thor desenhada pelo mestre John Buscema.
Nem deu pra sentir a ausência do personagem título do gibi. Era tão relevante e formador todo o conteúdo daquela edição 100 que eu fui fisgado para sempre. Que tempo bom!
Velho Quadrinheiro
Diretamente do c… do Judas, num hotel cuja conexão é hilariantemente ruim, atrasado e escondido das 3 (três!) chefes com açoites em riste, mando aqui minha breve mas singela contribuição!
Este marcou pacas pois foi a 1a revista do Superman que comprei na vida! E era esquisita por conta dessa coisa meio enganosa de anunciar “o novo Homem de Aço”. No fim da edição ele volta ao modelo tradicional azulão.
É isso!
Gotta work!
Quotista



Nerdbully
Falar de uma “edição 100” (e às vezes até de uma “edição 1”) aqui no Brasil é complicado, como bem mostrou o Picareta Psíquico, quando a referência são as editoras estrangeiras (ainda bem que temos a Mônica para nos salvar, como o Quotista nos lembrou), aqui o quase monopólio dos quadrinhos de super-heróis sendo exercido pelas publicações da Marvel e DC, com algumas exceções publicadas pela Devir, HQM etc. Vivemos sempre o medo da HQ favorita ser “descontinuada” (a palavra politicamente correta que as editoras usam para dizer CANCELADA).
Mas voltando ao assunto, não me lembro de nenhuma revista em que a edição número 100 nacional bata com a edição 100 original. Nem na numeração nem no conteúdo. Talvez isso venha a ocorrer agora com os Novos 52, mas ainda há muita coisa para acontecer até lá, então…
No nosso caso, o que o post número 100 representa e por que comemorá-lo?
100 posts aqui significam horas conversando, rindo, bebendo, indo ao cinema, discutindo pautas, gravando nossa web-série “Viciados em Quadrinhos” (em breve a segunda temporada estará no ar). Enfim, discutindo a vida, o universo e tudo mais uns com os outros e com vocês, leitores. É muito bom saber que as nossas inquietações ultrapassam nosso círculo e de alguma forma ressoam além, em vocês.
Por isso estamos comemorando o post 100 e com sorte comemoraremos muito mais múltiplos!
Então, qual a edição número 100 que te marcou?
Realmente o número 100 tem uma “magia” que o cerca para os colecionadores. Não só ele, mas as edições número 0, 200, 300, enfim, são muitas edições marcantes,ou que pelo menos poderiam ser. Quando li esse post, a primeira edição 100 que me lembrei foi a “Mônica 100” da editora Globo, afinal, eu a li centenas (perdoem o trocadilho) de vezes e a tenho guardada cuidadosamente na minha coleção. Ela foi realmente marcante, afinal, o Cebolinha “derrotou” a Mônica, ainda que por um curto período e com duras consequências (sem spoilers rs). Mas eu também me lembrei de outra edição 100, que eu li na Gibiteca da minha cidade e tentei de muitas formas consegui-la, mas ainda não alcancei minha meta: “O Homem-Aranha 100” da editora Abril, na qual ocorre o casamento do Peter com a MJ. Tudo bem que não foi a melhor história do Aranha que eu já li, mas foi marcante para a vida do personagem até certa pessoa resolver criar uma história com um “pacto” no meio. Queria dizer que todas edições 100 são marcantes, mas não é verdade, ainda mais quando a cronologia brasileira não acompanha a original, como dito. Um exemplo recente é que eu nem me lembro das histórias que saíram em “Homem-Aranha 100” da Panini (ok, me lembro de uma delas, mas não todas rs). De qualquer forma, o número 100 é importante, logo, parabéns pelo centésimo post, Quadrinheiros! 🙂
Eu lembro bem da HA100, mas não tenho idéia de onde possa ter ido parar a minha. Sempre fui leitor de quadrinhos, mas só recentemente me tornei quadrinhófilo. E um bem meia-boca.
HA100 da Panini ou da Abril?!! Se for da Abril, quem sabe podemos fazer umas negociações? Rs. Ah, e eu gosto muito de HQs, mas estou longe de ser uma especialista, infelizmente.
Meu afastamento das publicações mainstream regulares começou justamente na época em que a Panini passou a publicar Marvel e DC.
A minha edição 100 preferida com certeza foi essa última aí: Heróis da TV 100. Pra quem já vinha da experiência maravilhosa de ter lido a primeira história dos X-Men e a icônica Giant Size X-Men 1, ler essa revista em especial foi mágico e consolidou de vez o meu fanatismo pelas histórias dos mutantes!
ahh adoro uma edição 100 rs…tenho varias…acho que tenho uma certa sorte pra achar edições 100 em sebos. Tenho as nº 100 de Herois da TV, SuperAventuras Marvel, Wolverine, X-men, Homem-Aranha, Teia do Aranha, e também as Monica, Cebolinha,e cia…
Muito se fala sobre os formatinhos da Abril…mas como era bom. Eram ‘encadernados’ de centenas de pagina baratinhos…eram muitas as ‘edições especiais’ de arcos completos e compilações. Hj as editoras só tem que lançar mensal padrão e fim de papo. Mais que isso só nota preta em livrarias…tirando casos isolados de edições no material original o tamanho em si nunca foi problema pra mim.
Em tempo..parabéns pelos 100 posts. Descobri o quadrinheiros faz pouco tempo mas to gostando muito…