Nascer mutante é sorte de poucos. Ganhar um anel energético baseado em “coragem”? Faça-nos o favor. Isso ofende nosso senso de justiça.

Pro resto de nós a vida não é mole não. Quem tem conta trabalha. Há de se ralar. E eles foram além, eles são a inspiração.

Eles têm a 1ª edição de O Capital e usam como papel higiênico. Praticam peleja em navios. Tiram peladas no Coliseu. Amealharam riquezas e desafetos. Eles são a prova de que dinheiro é melhor do que qualquer super-poder.

Eles são os 10 personagens mais ricos dos quadrinhos de 2012 (e cinema + televisão pra preencher a cota).

Esta lista é inspirada no ranking anual da revista Forbes. Como lá obedecemos ao critério da legalidade das operações financeiras dos indicados. Elas são baseadas em dados públicos como obras, construções, investimentos, número de propriedades ou pura acumulação de capital. Mesmo assim foi difícil estimar com precisão tais fortunas. Para resolver o dilema foram utilizadas as tabelas do DataEu (e nos reservamos ao direito de torcer ou rejeitar qualquer regra previamente estabelecida assim como inventar novas no caminho).

[AVISO: este é um blog de entretenimento e “humor”. Fora onde fala-se a verdade, tudo aqui é ficção. Seu conteúdo não deve servir como base dialética da sua existência. Concorde ou discorde, nos diga por que, mas não leve a vida tão a sério. Você não vai sair vivo dela mesmo]

10. Charles Francis Xavier – US$ 1 bilhão

Ramo de atividade: educação, pesquisa/desenvolvimento

Filho do renomado cientista nuclear Brian Xavier e sua esposa Sharon, Charles seguiu os passos do pai rumo à filantropia. Formado pela Oxford University aos 16 anos, Xavier teve carreira acadêmica prodigiosa, conquistando três doutorados, em genética, biofísica e psicologia, todos antes dos 25 anos.

Dali em diante viajou o mundo, sempre envolvido em campanhas humanitárias. “E que delícia de homem”, suspirou Gabrielle Haller, ex-embaixadora de Israel, companhia de Xavier em fotos comprometedoras nas praias de Haifa na década de 60.

Herdeiro de enorme fortuna, Xavier tem um espólio estimado em US$1 bilhão. Boa parte desses recursos foram usados numa misteriosa reforma da mansão da família no condado de Westchester, Nova York. Lá fundou uma escola de elite para jovens superdotados.

Ao que tudo indica o critério de matrícula não é financeiro. Olin Batista, filho do milionário brasileiro Eike Batista, teve sua inscrição prontamente rejeitada.

Recentemente o nome de Xavier apareceu nos jornais num escândalo orçamentário envolvendo a companhia aeroespacial Lockheed Martin e o Departamento de Estado americano. Através de uma conta fantasma, Xavier teria investido na empresa algo em torno de 340 milhões de dólares (10 vezes o valor de um jato SR-71 Blackbird) nos últimos anos.

Intimado a depor diante de uma comissão do Senado, Xavier deixou o salão minutos depois, já inocentado.

“Sou uma linda borboletinha”, afirmou o senador Robert Kelly referindo-se ao depoimento de Xavier.

9. Wilson Fisk – US$ 1.1 bilhão

Ramo de atividades: mercado imobiliário, comércio marítimo

Wilson Fisk começou do zero e despontou no final da década de 70 como um gênio empresarial. Abandonou a escola aos 14 anos e foi trabalhar nas zonas portuárias de Boston e Nova York. Self made man exemplar, criou uma pequena empresa de transporte de cargas. Conquistou seu primeiro milhão cinco anos depois. Para tanto contou com a lealdade dos sindicatos, estivadores e membros da marinha mercante italiana. “Networking e respeito são o segredo de qualquer sucesso”, declarou Fisk para explicar o que então ainda era uma pequena fortuna.

Por volta dos 40 anos, Fisk tinha entre suas propriedades inúmeros prédios residenciais em Nova York. Condomínios voltados para uma população de renda modesta com alugueis baixos e flexíveis. Lá seus moradores celebram a generosidade de Fisk. “Wilson é um anjo!” gritou uma velha senhora numa das janelas de Hell’s Kitchen, um daqueles típicos bairros charmosos de Manhattan.

Diferente de muitos nessa lista, Fisk é um homem do povo. Ele entendeu que a riqueza não está apenas nos poços de petróleo ou em minas de diamante.  Ela está nas pessoas. Com o estímulo adequado, qualquer um é capaz de gerar pequenas fortunas. Tudo é uma questão de organização e gerenciamento.

Nos últimos anos, Fisk tem se mantido recluso. Um desastroso processo de bronzeamento artificial mudou drasticamente a aparência do empresário. Optando pela discrição, Fisk tem se dedicado a uma paixão de juventude: a preservação do círculo amador de boxe.

8. Adrian Veidt – US$ 1.3 bilhão

Ramo de atividades: telecomunicações, cosméticos, mercado financeiro, mercado marítimo

Excêntrico e vaidoso, o ex-namorado de Lady Gaga dispensa apresentações. Ele nunca perde chances de se promover, seja como empresário, seja como atleta performático. Há anos seus especiais de TV derrubam a audiência do especial de Natal de Roberto Carlos.

Dono de empresas de telecomunicação, transporte, comércio marítimo e cosméticos, Veidt é patrocinador também de pequenos empresários.

Atento às inovações, seu tino para reconhecer talentos não tem rival. Um dos seus protegidos mais recentes, Mark Zuckerberg é humilde em reconhecer, “Veidt é o verdadeiro nome por trás do Facebook. Obrigado Adrian. Eu te devo o mundo”.

A fortuna de Veidt só não é maior pois em 11/8/2001 ele doou 75% de seu espólio para a criação de um fundo de auxílio para vítimas de catástrofes naturais e terrorismo. Rudolf Giuliani, ex-prefeito de Nova York, foi o 1º a recorrer ao fundo após os ataques no World Trade Center, tragédia que deixou milhares de vítimas.

A clínica Macedonian Prince, fundada por Veidt, recebeu muitos dos sobreviventes daquele terrível episódio. Em 2012, alguns desses pacientes, em coma há mais de 10 anos, recobraram a consciência. Naturalmente debilitados, balbuciavam sobre uma bizarra aversão a comida japonesa, especialmente lulas.

7. Oliver Queen – US$ 1.8 bilhão

Ramo de atividades: mercado imobiliário

“O magnata de Star City”, o “executor de hipotecas”, “le blond moustache”, “o prefeito verde”, Oliver Queen colecionou cargos e apelidos. Como empresário é um implacável defensor das energias renováveis; como político foi um protetor dos usuários de crack e desabrigados.

Antes de seu sumiço de dois anos numa ilhota na Indonésia, Oliver Queen era figurinha contumaz da coluna social. Nelson Rubens chegou a defini-lo como seu “ganha pão”, no que recebeu um anel de esmeralda como retribuição do ricaço.

Quando retornou da tragédia que deixou como vítimas seu pai e uma namorada, Queen se transformou. Sem abandonar o sorriso, sua figura pública tornou-se um exemplo de austeridade e dedicação. Não é pra menos.

Oliver Queen herdou da família uma fortuna monumental. Hoje, boa parte está distribuída em rentáveis propriedades, a maioria na costa oeste dos EUA. Numa área equivalente ao Ceará, seus limites ocupam boa parte do sul da Califórnia.

Alguns biógrafos apontam a origem da riqueza da família Queen no século XIX. Entre seus ancestrais estaria o heroico Meriwether Lewis. Junto de William Clark, Lewis foi o 1º colonizador da Califórnia. Ao se casar com uma nativa Lewis abandonou o sobrenome da família assumindo o da esposa, verdadeira rainha entre as tribos Chumach e Navajo.

Para sorte de Oliver, seu antepassado deixou de lado o apelido que os nativos lhe deram. Na língua Navajo ele seria traduzido como “Flecha Verdejante”- convenhamos, bem inadequado para o presidente de uma empresa.

6. Tywin Lannister – US$2.1 bilhões

Ramo de atividade: fusões e aquisições

Um Lannister sempre paga suas dívidas. Portanto, o crédito desta família é ridiculamente alto.

Richard S. Fuld, último CEO da Lehman Brothers antes da falência, implorou pelo socorro da família Lannister em 2008.

Impiedosa, a réplica de Tywin ganhou a mídia internacional:

“Você foi abençoado com habilidades que poucos homens possuem. Você fez parte de uma das mais poderosas famílias do mundo e ainda é abençoado com juventude. E o que você fez com essas bênçãos? Serviu como guarda costas de dois reis – um velho e um bêbado.”

Os métodos brutais e a agressividade dos executivos dos Lannister são épicos. A frente de exército de advogados, Tywin degolou as taxas protecionistas da “fortaleza bolivariana”. Isso revelou a fragilidade ALCA. Líderes dos países membros costumam se lembrar de Tywin com amargura. “Velho filho de uma #!&*%”, nomeou o sempre ponderado Hugo Chávez.

Mas, dizem, o inverno está chegando.

5. Bruce Wayne – US$6.9 bilhões

Ramos de atividades: pesquisa, combustíveis, alimentícios, comércio marítimo, armamentos, telecomunicações, internet

Anos atrás, quando o mundo assistiu chocado o cortejo de Thomas e Martha Wayne, as imagens raras de Bruce mostravam uma criança triste e desolada. Não foi pouca a surpresa quando ele reapareceu em Gotham como um executivo tenaz e infatigável.

Como CEO da multinacional Wayne Enterprises, Bruce chefia várias companhias subsidiárias, como a Wayne Technologies, a Wayne Biotech, a Wayne Oil & Gas e a filantrópica Fundação Wayne.

“Eu daria pra ele”, confessou George Clooney quando perguntado se tinha alguma fantasia com outros homens. “Eu dei”, disse Luana Piovani em sua conta no twitter. Discreto, Wayne não se manifestou sobre nenhuma dessas declarações. E este é o charme do bilionário. Embora seja um dos homens mais ricos do mundo, Bruce Wayne é zeloso com sua vida pessoal. Raramente dá certo.

Testemunhas dizem tê-lo visto esquiando – e se acidentando – nos Alpes suíços. Nem mesmo a fuga em massa de vários pacientes do Asilo Arkham (financiado pela Fundação Wayne), perturbou a vida do playboy bilionário. “Ele passou duas semanas participando de um torneio de polo na Alemanha”, comunicou Alfred Pennyworth, funcionário da mansão Wayne.

A empreitada mais recente de Wayne foi a compra de uma parcela das ações da Google. Junto ao inovador sistema de 3G e telefonia celular, obra de seu vice-diretor de operações Lucius Fox, esta aquisição faz de Wayne a pessoa física com maior grau de controle direto sobre serviços de comunicação e internet do mundo.

Os beneficiados, usuários dos sistemas de firewall da Wayne Enterprises, agradecem.

4. Tony Stark – 9.3 bi

Ramos de atividades: defesa, tecnologias de armamentos

Mais conhecido como Homem de Ferro, Tony Stark é provavelmente o bilionário mais carismático desde Donald Trump. Boa parte disso vem do fato de que Tony, ao lado de deuses e ícones nacionais, faz parte do hiper-seletíssimo grupo de heróis conhecidos como Vingadores.

Festeiro, perdulário e mulherengo, Stark é a verdadeira força motriz por trás da Stark Industries. Sua obra-prima, de longe, é a armadura que lhe empresta o nome, possivelmente o maior zênite tecnológico produzido pela mente humana. Contudo, ela é a única que não está a venda.

Stark buscou estreitar as atividades de sua empresa, o que é atípico entre seus pares. Seu principal cliente é o governo americano, o que torna muito simples estimar o tamanho de sua fortuna pessoal. Uma vez que essas contas são abertas ao público, é possível saber que, só no ano passado, dos US$553 bilhões gastos em defesa pelo governo dos Estados Unidos, US$140 bilhões foram parar nos cofres da Stark Industries.

Pouco antes da ocasião em que revelou ser o Homem de Ferro, Tony declarou uma aversão à produção de armamentos e alarmou o mercado dizendo que suspenderia a produção de itens bélicos. Agora já é bem sabido que aquilo não passou de um disparate.

A recente tragédia ocorrida em Nova York, a tentativa de invasão dos alienígenas conhecidos como Ch’tauri, exigiu uma reorientação empresarial drástica. Stark é oficialmente o maior fornecedor de equipamentos da agência S.H.I.E.L.D. de segurança internacional.

3. Lex Luthor – US$10.1 bilhões

Ramo de atividades: Comunicações, hotelaria, hospitalares, transporte de cargas, pesquisa e biotecnologia (presume-se)

Não se sabe com precisão a origem das riquezas do empresário Lex Luthor. Sabe-se apenas que ele é acionista numa variedade de empreendimentos, incluindo laboratórios, minas de granito, hospitais, bancos, hotéis ou meros jornais impressos. Centralizador, boa parte de seus negócios estão sediados em sua cidade natal, Metrópolis.

O único indicativo consistente da riqueza de Luthor é sua declaração de imposto de renda, algo que ele orgulhosamente faz questão de ressaltar nas aparições públicas. As más línguas dizem que ele faz isso para escapar da sina de Al Capone, mandado para Alcatraz por fraude fiscal em 1931.

Irreverente, o próprio Luthor preferiu se explicar: “Foi Silvio Santos que me ensinou.”

2. Pão Duro McMônei – US$51.9 bilhões

Ramo de atividades: mineração

Sul-africano de origem escocesa, Pão Duro McMônei é uma distorção do livro de Max Weber, “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Despido de generosidade ou compaixão, sua gana pela riqueza ultrapassa qualquer limite da moral protestante, especialmente no que se refere ao roubo.

Essa é a opinião de Patinhas McPato, seu velho rival desde a juventude na Escócia. A disputa entre os dois atravessou o século XX e chegou na segunda década do XXI num impasse: McMônei teria transferido todo capital bruto de Patinhas, concentrado na sua caixa forte, para sua propriedade.

O “saque” teria acontecido dentro dos limites da legalidade, baseado numa aposta de corrida de camelos na Tunísia em que Patinhas saiu derrotado.

Os advogados de Patinhas questionam a validade da aposta, assim como rejeitam a legalidade do uso do guindaste público usado para transportar a caixa forte. Este seria propriedade da Beagle Boys Ltda., empreiteira cujos sócios são recém-saídos da cadeia.

Imagem de arquivo anterior ao “saque”

Em sua defesa, McMônei declarou que a licitação do guindaste havia sido sacramentada na gestão da prefeitura anterior de Patópolis. Já sobre a aposta, ele foi taxativo: “Engole essa, Patinhas!”

1. Smaug – US$62 bilhões

Ramo de atividades: pilhagem de minas de metais preciosos

Inflexível e de temperamento difícil, Smaug é um seguidor das antigas cartilhas liberais do século XVII. Ele segue a doutrina mercantil espanhola a ferro e fogo – especialmente fogo.

Atento às lições da história, aprendeu que a acumulação primitiva de capital – particularmente ouro – é garantia de sucesso para qualquer revolução industrial, seja em escala local ou nacional. Além disso, sabe que a superioridade militar, no caso dele, aérea, é um fator inestimável para a segurança de seus negócios.

Além de empresário soberbamente próspero, Smaug é um mecenas da arquitetura e da arte medieval. Entusiasta do estilo barroco, ele é um ávido negociante de obras ornamentais, especialmente joias preciosas. Sua residência, a montanha de Sindarin Erebor, é repleta de vitrais subterrâneos iluminados por pedras brilhantes cravejadas nos salões de seu interior.

Uma extensa família de anões, antigos donos do local, a anos tenta readquirir a propriedade, mas sem sucesso. Desesperados, no final de 2012, eles buscaram o auxílio de um jovem agente imobiliário, Bilbo Baggins, para tentar remediar a situação. Sorte pra eles!

No ano passado, enviamos 3 de nossos colaboradores para a Montanha Solitária para entrevistar Smaug. Curiosamente não tivemos notícias desde então (originalmente éramos 8 quadrinheiros). Mas estamos certos de que nesse minuto eles desfrutam do exuberante conforto da Montanha e da lendária hospitalidade de seu dono.