Aquaman e os Novos 52 ou Porque Clichês Rendem Boas Histórias

Ok. Já reclamamos o suficiente do reboot. Já dissemos o óbvio. Agora chega de mimimi e vamos analisar um dos Novos 52 mais promissores (até o momento): Aquaman.

Pra mim sempre foi um mistério como dois personagens praticamente idênticos sob vários aspectos, o Namor na Marvel e o Aquaman na DC, pudessem ter status tão diferentes. Namor sempre foi um personagem imponente enquanto que o Aquaman, motivo de piada na DC.

Várias foram as tentativas de reformular o personagem, todas fracassadas.

 

Mas eis que Geoff Johns, um dos principais roteiristas da DC antes e depois do reboot, decide adotar o personagem. Johns já era o responsável por revitalizar com sucesso outro herói, este muito mais popular que o soberano de Atlântida, o Lanterna Verde. Nada mais promissor.

Johns começa o primeiro arco com uma metalinguagem interessante. Logo na primeira edição Aquaman é vítima sistemática de bullyng: policiais se sentem constrangidos por precisarem da ajuda do Aquaman; ao pedir peixe em um restaurante, a garçonete indignada pergunta Você come peixe?; um jornalista questiona Como é ser o super-herói favorito de ninguém? e por aí vai. É como se Aquaman se confrontasse com as opiniões a seu respeito fora dos quadrinhos.

Johns usa o mesmo truque utilizado na reformulação do lanterna verde Hal Jordan: Aquaman também tem problemas com o pai… parece que edipianizar personagens rendem boas histórias, boas motivações, uma identificação com o leitor. Luke Skywalker que o diga.

Para além desses elementos, o primeiro arco é bem básico: Aquaman contra um grupo de criaturas abissais. Básico, simples e divertido, além de algumas pistas sobre a ligação dessas criaturas com Atlântida e o passado do herói.

Com conceitos básicos e simples pode-se construir uma boa história. Talvez não para leitores experientes e requintados, mas aquela molecada que compra quadrinhos com o dinheiro dos pais vai ter seu investimento recompensado.

Na última edição do primeiro arco, após Aquaman ter salvo o dia, um garotinho diz: Você é meu super-herói favorito. E Johns consegue nos convencer disso.

Sobre Nerdbully

AKA Bruno Andreotti; Historiador e Mestre do Zen Nerdismo
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2 respostas para Aquaman e os Novos 52 ou Porque Clichês Rendem Boas Histórias

  1. Velho Quadrinheiro disse:

    Se liga, artigo da Wizard de junho de 1997 (c.f. p. 11) XD

    AQUAMAN
    – Antes de realizar seu destino como um grande herói, era um garotinho loiro que reclamava sem parar
    – Possui poderes mentais impressionantes
    – Descobriu que seu pai é uma espécie de poderoso feiticeiro
    – Combate a vilania de seu pai
    – Perde uma das mãos em combate
    – Seu arquiinimigo Arraia Negra costumava usar um grande capacete negro
    – Foi visto pela última vez reconstruindo Atlantis
    – Troca beijos com uma garota quase nua que realmente gosta dele

    LUKE SKYWALKER
    – Antes de realizar seu destino como um grande herói, era um garotinho loiro que reclamava sem parar
    – Possui poderes mentais impressionantes
    – Descobriu que seu pai é uma espécie de poderoso Jedi
    – Combate a vilania de seu pai
    – Perde uma das mãos em combate
    – Seu arquiinimigo (você sabe muito bem quem é) usa um grande capacete negro
    – Foi visto pela última vez reconstruindo a ordem dos Jedi
    – Troca beijos com a irmã, às vezes quase nua, que realmente gosta dele.

  2. Pingback: Guerra dos Roteiristas E02 – Geoff Johns X Brian Bendis | Quadrinheiros

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