Se é que a série tem mesmo um problema…
Clique aqui para uma leitura da parte 2 da série.
Nós costumamos brincar aqui nos Quadrinheiros, dizendo que a cada reboot, remake, relaunch e afins um adulto tem sua infância ferida, traumatizada, maculada. E não foi diferente com a nova animação de He-Man, ainda que não se trate de um novo começo, mas de uma continuação direta.
E qual o problema? Aparentemente o que pegou os marmanjos de cerca de 40 anos foi o protagonismo de Teela na trama.
Mas sinceramente acho que esse não é o ponto principal. Para mim a questão não é o protagonismo de Teela. Afinal esse protagonismo já estava presente na série clássica, que sempre contou com mulheres fortes como a própria Teela, Maligna e Feiticeira. E, diga-se de passagem, He-Man nunca foi monopólio dos meninos. Foi ao constatar que havia um público considerável de meninas que assistiam ao desenho que She-Ra foi criada.
(SPOILERS ADIANTE)
O problema, pra mim, é a completa inutilidade do príncipe Adam/He-Man na trama. No primeiro episódio ele sacrifica-se por Eternia e faz o que todo herói deve fazer: sacrificar-se por um bem maior.
E é isso. Com o sacrifício, o seu ciclo heróico está completo e vemos no último episódio Adam em Pretérnia, espécie de Paraíso, ao lado de todos os Campeões que já existiram.
Sua volta nem ao menos era necessária. “Outros Campeões já existiram e existirão” diz He-Ro a Adam antes dele tomar a decisão de voltar para Eternia, abdicando de sua grande recompensa. Ainda que essa decisão mostre a firmeza do caráter do herói, com a afirmação que podem existir outros Campeões, e não necessariamente Adam, ela fica parecendo um capricho do personagem, e não um ato de abnegação. E, ao voltar, ainda por cima, é ferido gravemente pelo Esqueleto.
Claro, o próprio criador da série, Kevin Smith, já disse:
Então é provável que na parte 2 vejamos mais He-Man como uma parte dos espectadores queriam. E isso é um efeito de como venderam a série.
“Depois de 40 anos… Eles ainda têm… a Força”. Os trailers foram focados em He-Man e jogaram com toda a nostalgia de 40 anos de “espera” – ainda que não seja exatamente verdade, pois os fãs, durante esse tempo, puderam acompanhar o personagem em quadrinhos e outras animações (destaque para o remake de 2002, que eu particularmente gostei) – criando uma expectativa muito grande em torno da série, o famoso hype.
Mas o fato é que uma parcela considerável viu a série da década de 80 e voltou a ter contato com ela somente agora, e, quando voltou… viu o personagem de sua infância jogado para escanteio. É isso que acontece quando a estratégia de marketing cria tamanho hype: a expectativa foi tão grande que a concretização jamais pode atender ao que é esperado.
“Os trailers foram focados em He-Man e jogaram com toda a nostalgia de 40 anos de “espera” – ainda que não seja exatamente verdade, pois os fãs, durante esse tempo, puderam acompanhar o personagem em quadrinhos e outras animações (destaque para o remake de 2002, que eu particularmente gostei) – criando uma expectativa muito grande em torno da série, o famoso hype.”
Lembrando o objetivo do marketing: incutir a vontade de consumir/assistir onde o impulso não existe. E deu certo. Lealmente devoramos os cinco episódios.
Mas inverter as expectativas da audiência como estratégia da narração tem bons precedentes. Todo o marketing antes do lançamento de Exterminador do Futuro 2 deixava bem claro que o Arnold continuaria como o vilão da série. O filme só revela que ele é o herói quando resgatam a Sarah Connor no pinel. (“Come with me if you wanna live”, com aquele belo sotaque).
A Teela já tinha muito potencial nos anos 8o e foi maneiro ela ganhar este espaço na nova série. Seria difícil remontar um arco de crescimento com o Adam enquanto ele já é o He-Man. E com a divisão de espadas, quem sabe, o Smith pode entrar em terrenos diferentes, sobre a dualidade da força, homem/mulher, luz/sombra. Há potencial.
A série resgata algumas coisas que só tinha nos gibis que acompanhavam a coleção original de bonecos, a divisão das espadas é uma delas, porém elas foram unificadas novamente no final dessa primeira fase, não sei se vão abordar isso de novo.
A estratégia deu certo com uma parcela do público, não há como negar. Mas outra queria ver mais He-Man em tela. O que eu particularmente não gostei não foi a falta do He-Man propriamente dita, mas sua inutilidade na história. Dessem um motivo verdadeiro e coerente para que ele voltasse, ou o deixassem lá em Pretérnia.
bacana o texto, pra mim a serie pelo menos essa primeira parte serviu pra apresentar pro novo publico essa continuação(com uma nova roupagem) a animação ta muito boa e a trama também pois faz um background bom dos personagens tipo não me lembro na outra serie dos anos 80 fazer menção ao mentor como o homem mais letal de eternia. fiz reclamações a respeito da teela esta mais musculosa e o adam ser muito franzino comparado aos anos 80 bem a teela é uma amazona que treinou por varios anos e anos então natural ele ter musculos e o adam é um primcipe que em teoria desastrado e que não faz nada então é natural que ele seja franzino.
Acho que a série tem pontos legais, sim. Gostei particularmente do arco do Gorpo.
Eu não achei que He-Man foi jogado pra escanteio. Pra mim era meio evidente que ele retornaria. O problema tá no mimimi de quem achou que a infância foi destruída. Espero que agora estes tipos sejam forçados a entrar, pelo menos, na adolescência.
O que eu particularmente não gostei não foi a falta do He-Man propriamente dita, mas sua inutilidade na história. Dessem um motivo verdadeiro e coerente para que ele voltasse, ou o deixassem lá em Pretérnia.
Achei a primeira parte da série fantástica… mesmo sem o protagonismo do He-man. Achei a evolução da história muito bem feita… aguardo ansiosamente a continuação.
Achei legal a Teela protagonizar a história, só achei que poderiam ter dado um motivo mais coerente e plausível para sua volta. Ou o deixassem em paz em Pretérnia…
Adorei pessoal, minha opinião está alinhada com a de vcs também!
Obrigado, meu caro. Vamos ver o que nos aguarda na parte 2!
O problema para mim não eh o fato da Teela ser a protagonista… Fizesse e anunciassem como spin-off… Mas me senti enganado… Sendo que nos trailers foi todo He-man e Esqueleto… Se desde o começo tivessem anunciado como a série da Teela não haveria problema algum.
Muito ruim o roteiro, nada ver!!
Teela parruda?, ninguém merece, aonde é que o wolle está?, Digo he man???
Honestamente eu gostei do que assisti. Não me incomodou a pouca presença do He-Man, muito menos o protagonismo da Teela. Sento falta de alguns personagens da série clássica dos anos 80. A pegada mais ‘madura’ onde apresentam as motivações e a personalidade dos personagens, para mim, foi bem bacana. Fiquei envolvido com o arco do Gorpo e, confesso minha tristeza por ele. Mas, mantenho a esperança que ele retorne… quem sabe. Quanto ao He-Man, me parece óbvio o seu retorno na próxima temporada, quem sabe até com novo visual.
A atenção que deram pro gorpo foi muito boa, era algo que eu queria ver a muitos anos e finalmente eu assisti um gorpo foda e não um palhaço mágico flutuante. Esse foi o grande acerto da 1°temporada.
Esses remakes são pensados em tentar conquistar os mais jovens e acabam pecando desagradando os fãs que fizeram o sucesso da série. No final não cativam nem os jovens e não agradam os mais velhos e acabam se tornando fiascos
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Eu achei a primeira temporada muito boa e to assistindo a segunda que tambem ta muito boa. Eu gostaria que uma continuação direta ou remake dos thundercat fosse feito pelos mesmos produtores dessa nova do he-man.
Destróu o he Man. Netflix e recorde em destruir anos 80 …
Desenho e bizarro , cópia de vingadores , sem criatividade nenhuma