Daa Daa Daa

Um mangá pouco conhecido no Brasil.

À primeira vista, logo na capa estranhamos a figura de dois adolescentes e um bebê. Pensamos, será que se trata de um mangá que mostra a gravidez na adolescência? Bom, não é a gravidez do casal, mas sim, um bebê quem acaba unindo os personagens.

Este mangá é um shôjo, engraçadinho, com traços finos e delicados, repleto de metáforas visuais como coraçãozinhos e estrelas, comuns nos mangás dos anos 90. Criado e desenhado pela mangaká Mika Kawamura e lançado pela revista Nakayoshi, Daa Daa Daa não é tão conhecido no Brasil, mas teve uma pequena repercussão no Japão.

 

De forma para dar uma atmosfera cômica, Miyu, a personagem principal, é abandonada pelos pais que decidem ir para os Estados Unidos trabalhar numa missão espacial pela NASA. Toda a cena que relata esse episódio é mostrada no mangá de forma rápida: aparecem os pais, comentam com Miyu que irão se mudar e que ela ficará no Japão, na casa de um conhecido da família. Sem ter escolhas, Miyu se muda para a mansão de Saionji-san, um monge.

Nesta casa, Miyu conhece o único filho e adolescente do monge, Kanata. Como em diversos mangás, o encontro dos dois se dá ao Miyu sair do banho e Kanata abrir a porta e vê-la somente com a toalha em volta do seu corpo e, geralmente, são cenas assim que fazem com que os personagens tenham algum tipo de rixa ou ódio entre si.

Daa Daa Daa

Para surpresa dos dois, o pai de Kanata recebe autorização do grande monge Baake Ratta para ir a Índia e visitar um templo que todos os monges vão pelo menos uma vez na vida. Da mesma forma que aconteceu na parte da narrativa do abandono dos pais de Miyu, esta também é uma cena que ocorre rapidamente. Ao todo, são aproximadamente 22 páginas para que os dois personagens, Miyu e Kanata, se conheçam e fiquem sozinhos numa mansão. As demais páginas e os 8 volumes restantes são desenvolvimento da relação dos dois personagens e um bebê alienígena, Ruu.

Ruu é quem trabalha em toda a narrativa para que Miyu e Kanata se entendam e possam conviver juntos. Mesmo sendo um bebê alienígena, Ruu tem as mesmas necessidades que um bebê humano e sempre quer ver Miyu e Kanata juntos, como papai e mamãe. Este é o motivo de encontrarmos na capa uma relação tão próxima de uma família entre os dois adolescentes, eles precisam ser pais de Ruu para ajudá-lo a não se sentir sozinho num planeta desconhecido, mesmo que ele tenha sua babá, Wannya, um alienígena parecido com gato.

Daa Daa Daa

Nos últimos capítulos, Ruu e Wannya conseguem retornar pra Otto, seu planeta natal, e reencontrar seus verdadeiros pais. Miyu e Kanata percebem a semelhança deles com os verdadeiros pais de Ruu e começam a sentir um afeto maior um pelo outro. Novamente, temos um desfecho na narrativa muito rápido, que é o reencontro de Miyu e Kanata alguns anos depois e que acabam se casando e tendo uma filha chamada Miu. Nas páginas seguintes, Miu encontra Ruu, que é um pouco mais velho que ela e assim se desenrolaria a continuação da saga de dois adolescentes que foram abandonados pelos seus pais, mas que acabaram se entendendo e criando afeto entre eles, resultando na constituição de sua própria família.

A narrativa segue os padrões de shôjo mangá como romances, delicadezas, e momentos engraçados, mas o interessante dessa história é que o abandono dos pais dos protagonistas os unem ao tentarem ajudar um bebê, fortalecendo-os para terem sua futura família.

Sobre Mochi

Atingiu o estado de Olhos Grandes nas ilhas do Oriente Silencioso.
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