Como o cinema quase enterrou o Quarteto Fantástico e sua volta nos quadrinhos

Finalmente a volta que o Quarteto e os fãs merecem?

No final dos anos 80 e início dos 90 a Marvel estava à beira da falência e a única saída para não fechar as portas de vez foi vender os direitos das adaptações cinematográficas das suas marcas mais lucrativas à época: Homem-Aranha, X-Men e Quarteto Fantástico.

O tempo passa.  Os filmes de super-heróis tornam-se incrivelmente lucrativos, mais até que os próprios quadrinhos, e a Marvel não tem o direito de explorar cinematograficamente seus próprios personagens.

Tem início então uma estratégia de reestruturação. A Marvel decide investir nos Vingadores como substitutos do Quarteto Fantástico. Só para lembrar uma curiosidade: quando os Vingadores se unem contra Loki em sua primeira aventura nos quadrinhos, é porque o Quarteto Fantástico não está na Terra para detê-lo.

A estratégia foi bem sucedida e os Vingadores foram definitivamente alçados à categoria de Heróis Mais Poderosos da Terra. Deu certo, aliás, tanto nos quadrinhos quanto no cinema.

Os X-Men mantiveram-se vivos nos corações dos fãs e angariaram novos com a produção contínua de filmes desde 2000 (mesmo que nos quadrinhos tenham sido paulatinamente trocados pelos Inumanos). O mesmo aconteceu com o Homem-Aranha desde 2002. O Quarteto não teve a mesma sorte. Teve uma sequência de filmes ruins (2005 e 2007). Nos quadrinhos, o Quarteto Fantástico foi paulatinamente alvo de reestruturações, novas composições e foram deixados de lado até que seu título foi finalmente cancelado em 2014. Para finalizar o reboot cinematográfico de 2015 conseguiu ser pior que seus antecessores – mas  o Omelete tentou nos vender como um bom filme. 

Agora com a perspectiva da volta dos direitos e do controle criativo sobre esses personagens para a Casa das Ideias há o grande desafio de renovar o interesse do público pela equipe, que está nas mãos de Dan Slott (roteiro) e Sara Pichelli (desenhos).

 

Spoilers das edições #1 e #2 daqui em diante.Você foi avisado.

 

 

A edição #1 conta com várias histórias, mas a principal enfoca a falta que o Quarteto Fantástico nos faz por meio da raiva incontida do Tocha Humana e a resignação nostálgica de Ben Grimm, que lembra acontecimentos do passado, no melhor estilo Na minha época era melhor…

Mas ao final da primeira edição, a grande frustração: não é o momento da volta, ainda que anunciada. Quebrar essa expectativa tem um alto custo, e há uma pequena história metalinguística que lida com isso de maneira bem divertida, cujo trecho reproduzo abaixo.

 Mas para além disso, há a estratégia de venda: o fã que queria ver de fato a volta, terá que comprar também a edição número dois. Ali é mostrado o que está fazendo o restante do Quarteto Fantástico, agora na formação da Fundação Futuro. A edição termina com o cumprimento da promessa de maneira soberba: a reunião de todos os heróis que já fizeram parte do Quarteto Fantástico!

Talvez essa seja uma maneira de dizer que não se trata de uma volta às origens, impossível de ser cumprida, já que nenhuma versão estará à altura de nossas lembranças.

Mas fica a promessa para quem está chegando agora ao mundo dos quadrinhos, a esperança para quem aposta que o melhor ainda está por vir, e também para aqueles que sonham com o dia em que o Quarteto será tão fantástico nos cinemas quanto foram nos quadrinhos.

Sobre Nerdbully

AKA Bruno Andreotti; Historiador e Mestre do Zen Nerdismo
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