A renovação de um deus: God of War (2018)

Como renovar uma série que não precisa de continuações?

God of War utilizou a mitologia grega como base para seu enredo. A história nunca foi muito complexa ou desenvolvida, tratando da vingança do espartano contra os deuses  ou qualquer outro motivo que fazia o mal desenvolvido protagonista seguir sua jornada de destruição.

Nos primeiros jogos Kratos gritava o tempo todo falando de vingança e juras de morte, realizava suas bravatas e continuava o mesmo personagem vazio e sem carisma do início da aventura. O gameplay com combates fluidos e cenários grandiosos, aliado à violência desenfreada, sustentou tantas vendas e uma legião de fãs durante anos.

No dia 20 de abril de 2018 o recomeço da franquia chegou às lojas. Uma nova ambientação (a mitologia nórdica), uma nova arma e um sistema de jogo completamente novo. Segundo o diretor de arte Rafael Grassetti, o desenvolvimento desse jogo foi como criar uma franquia totalmente nova.

Após o final de God of War 3 Kratos vagou pelo mundo escondendo-se e isolando-se de tudo e todos, depois de muito tempo decidiu viver como mortal e quis tentar esquecer seu passado de brutalidade e violência. Conheceu sua esposa e teve um filho chamado Atreus, que fará parte da aventura, sendo peça chave tanto do enredo quanto do gameplay.

A história do jogo utiliza como plot o pedido da mãe do garoto antes da morte, de jogar suas cinzas da montanha mais alta dentre todos os reinos. A partir disso, pai e filho partem em uma jornada que apresentará muitos desafios e surpresas aos dois protagonistas. O foco narrativo é bem claro: desenvolver Atreus que é meio deus grego, a redenção de Kratos e o controle da fúria, tanto sua quanto de seu filho.

Como estamos acostumados a lidar com continuações desnecessárias, God of War inicialmente foi visto com essa desconfiança. Porém a Santa Monica Studios mostrou o contrário, criando uma experiência nova mas que ao mesmo tempo recupera os jogos anteriores, dando a sensação de que tudo que veio anteriormente foi preparando o jogador para esta nova aventura. Não só renovaram o título, como também trouxeram vida a seu personagem, reconhecível, mas profundo e bem desenvolvido.

Se a experiência de God of War foi impressionante e alcançou uma média 9.4 entre 105 críticas da mídia especializada em games, não é à toa, pois são raros os jogos que aproveitam os recursos próprios dos videogames para contar boas histórias, narrativas próprias que só poderiam ser contadas em uma mídia específica.

Agora nos resta aguardar a continuação e ver o desfecho de aventura de Kratos com Thor, Odin e a bela Jormungand é grandiosa como a experiência de jogo.

 

Sobre John Holland

Procurando significados em páginas de gibi enquanto viaja pelos trilhos do conhecimento e do metrô. Sempre disposto a discutir ideias e propagar os quadrinhos como forma de estudo, adora principalmente a Vertigo, está sempre disposto a conhecer novos quadrinhos e aprender o máximo de coisas possível!
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