Sobre o início das histórias do Homem de Aço e sua relação com o fascismo e americanismo.
Apresentação realizada nas Cyberjornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos de 2021, evento organizado pelo Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA/USP.
O presente trabalho pretende realizar uma investigação do imaginário heróico norte-americano a partir das histórias do Superman publicadas entre 1938 e 1945, portanto, o período que antecede e em que ocorre a Segunda Guerra Mundial, momento de afirmação da identidade nacional americana em contraposição ao fascismo europeu. Essas histórias serão abordadas como elementos constitutivos do imaginário como dimensão da história e, como tal, produtoras de sentidos historicamente e socialmente construídos, que conferem sentido ao real ao mesmo tempo que o produz. O referencial teórico serão os estudos do imaginário de Gilbert Durand.
Uma vez que é possível entender os super-heróis como uma espécie de mitologia moderna a partir dos estudos sobre o monomito, de Joseph Campbell, seria possível, por meio da análise dos temas e imagens que compõem essas histórias, remetidas ao contexto de sua produção, encontrar as correlações na cultura e as mudanças sociais subjacentes às obras, identificando configurações próprias não só dos criadores individuais, mas também de agentes sociais e categorias sociais, evidenciando como essas histórias compõem um americanismo (construto identitário nacional composto pelo nacionalismo, tradição, progressivismo e democracia) em contraposição à ideologia fascista.