Conheça o dorama sul-coreano com elementos de superaventura.
Adolecentes na reta final para o vestibular. Uma nova aluna, Jang Hee Soo, chega na escola e desperta a atenção de alguns alunos. Um deles, Kim Bong Seok, um garoto superprotegido pela mãe, se aproxima da nova aluna, mas a amizade entre eles é uma ameaça para seu grande segredo. Quanto mais ele se encanta por ela, mais ele tem dificuldade de controlar seu próprio corpo. Kim Bong Seok flutua no ar e vai ganhando altitude sem saber como parar. Ele carrega pesos em sua mochila e amarra sacos de areia em suas pernas para se manter no chão, mas a presença de Jang Hee Soo faz ele perder o controle.
Esse é o começo de Moving (Em Movimento), dorama baseado no webtoon de 2015 de Kang Full (pseudônimo de Kang Do-young), uma complexa história com pessoas com habilidadades super-humanas. A série de 20 episódios é um dos doramas mais caros já produzidos e alcançou altos índices de audiência no Japão, Taiwan, Coreia e Estados Unidos. Está disponivel por aqui no Star+.
No pano de fundo o envolvimento do gorverno sul-coreano, outros adolecentes com superpoderes e os pais desses jovens que também escondem segredos. Muitos dos episódios nos levam ao passado, onde acompanhamos os pais de Kim Bong Seok e Jang Hee Soo, antes e depois deles se juntarem e de seus filhos nascerem.
Algumas características diferenciam Moving da maioria das histórias de super-heróis. Uma delas é como funciona cada habilidade e quais suas limitações. Os personagens que voam não têm superforça, por exemplo. Se são contidos e impedidos de voar, não podem fazer muita coisa. Se o superpoder é se regenerar, isso não é tratado como invulnerabilidade, portanto alguém com essa habilidade pode ser espancado e ficar fora de combate por um longo tempo. Mesmo assim, a série consegue entregar cenas de ação intensas, combinando poderes com treinamento militar, determinação e trabalho em equipe.
Outra característica é a profundidade dos personagens. Os pais de Kim Bong Seok e de Jang Hee Soo tem origens sociais muito diferentes, e isso é essencial na construção das personalidades e da dinâmica entre eles. Mesmo os vilões da história tem fragmentos de seu passados revelados que dão contexto para explicar algumas decisões ao longo da história. Além disso, a relação tensa entre as Coreias do Sul e do Norte, incluindo o envolvimento dos Estados Unidos, é parte importante do cenário da narrativa.
A série de tv é bastante diferente do webtoon (dá pra ler em inglês aqui), mas o autor dos quadrinhos é quem assina o roteiro da série. Originalmente Kang Full planejou três séries em quadrinhos dentro do mesmo universo – Moving, Bridge e Hidden (as duas primeiras já foram finalizadas em 2015 e 2017, e a terceira ainda será lançada). Para a adaptação em live action ele trouxe (como um easter egg) uma outra série pra esse universo, que ele escreveu em 2005 – Timimg (sua prmeira história em quadrinhos com personagems superpoderosos).

Mesmo com toda essa extensão do cenário nos quadrinhos, a série de tv tem um final satisfatório (pode não ter uma segunda temporada sem nenhum problema). Mas o último episódio tem cenas pós-créditos e deixa ganchos para uma continuação. Os fãs esperam ver nas telas a reunição dos personagens de Timing (com super-poderes ligados ao controle do tempo), e os de Moving (com poderes físicos).
A carga dramática das relações familiares e de amor (característica do dorama), aliada ao uso de superpoderes para salvar mães, pais, filhos e filhas, acaba inevitavelmente ampliando esse sentimento de proteção para todas as pessoas, é o trunfo dessa série que me fez reviver o sentimento que eu tive quando li meus primeiros quadrinhos do Homem-Aranha nos anos 1980. Recomendo!





